Nove pessoas foram presas pelo Grupo de Atuação de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) acusadas de envolvimento em um esquema de cartel de combustíveis em Cuiabá (MT). De acordo com o Ministério Público, entre os presos, estão donos de postos de gasolina e advogados. Um dos detidos é Nilson Teixeira, dono de um posto e ex-gerente de factorings de João Arcanjo Ribeiro. A operação foi feita em Cuiabá e Várzea Grande.
O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, Paulo Jorge do Prada, afirmou que a base da quadrilha era o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Mato Grosso (Sindipetroleo). Era no sindicato que os empresários se reuniriam periodicamente para determinar o valor do combustível em Cuiabá. A informação é do site da TV Centro América (TVCA), afiliada da Rede Globo.
De acordo com o MP, praticamente todos os postos da capital tinham envolvimento com o esquema de cartel nos preços dos combustíveis. “Quase 100% participavam do esquema. Poucos não participavam”, disse o promotor Célio Wilson. Segundo ele, apenas os postos mais distantes, em rodovias, é que conseguiam vender o combustível com preços diferenciados, já que nessas regiões a concorrência é menor. Cuiabá e Várzea Grande têm 193 postos. Em Mato Grosso, há 1.130 postos de combustível.
Segundo investigações do Gaeco, os preços da gasolina e do álcool em Cuiabá eram tabelados de acordo com determinação dos próprios donos de postos em consonância com o sindicato da categoria. Foram feitas escutas telefônicas com autorização da Justiça em que empresários falavam sobre os preços e a obrigatoriedade em cumprir o combinado em reuniões no Sindipetroleo. O Gaeco filmou e fotografou a movimentação em frente ao sindicato no dia em que os empresários se reuniam para definir os valores dos combustíveis.
Revista Consultor Jurídico