Caça ao criminoso – Interpol usa internet para tentar identificar pedófilo

por Claudio Julio Tognolli

Pela segunda vez em sua história, a Interpol, a Polícia Internacional, fez uso de sua página na internet para tentar identificar um pedófilo. Na noite de terça-feira (6/5), a Interpol veiculou seis fotos do suspeito em seu site www.interpol.int. A informação é do Diário de Notícias, de Lisboa.

A investigação começou em território português. Segundo a unidade de combate à exploração de menores da Interpol, as fotografias de um homem entre 50 e 70 anos de idade, de olhos azuis claros, fazem parte de um acervo de mais de 800 imagens, recolhidas desde 2006 pelos investigadores de 20 polícias em todo o mundo.

A estratégia é repetir o sucesso de 2007. Em outubro, a Interpol necessitou apenas de 11 dias para localizar e deter um pedófilo procurado por três anos. Paul Christopher Neil, um canadense, era acusado de abusar sexualmente de, pelo menos, 12 crianças no Vietnam e Camboja.

Ao contrário de Paul Christopher Neil, o pedófilo procurado não tentou esconder o rosto: ele aparece em cem fotografias abusando sexualmente de três asiáticos com idades entre os 6 e os 10 anos. A investigação da Interpol, batizada de “Idem”, foi deflagrada há dois anos, após a polícia norueguesa ter encontrado as primeiras fotografias do suspeito num computador apreendido com um pedófilo português, já condenado.

A Interpol, que não dispõe de informações sobre a identidade do suspeito, acredita que as imagens possam ter sido realizadas no Sudeste da Ásia, entre 2000 e 2001. Em comunicado enviado aos meios de comunicação, o secretário-geral da Interpol, Ronald Noble, pediu ajuda para “identificar este predador e proteger outras potenciais vítimas”.

Hoje, a Interpol, sediada em Lyon, no Sul de França, conta com uma base de dados de mais de 520 mil imagens de abusos sexuais a menores, fornecidas pelas polícias de 36 países. Utilizando-se de programas sofisticados, como o que permitiu em 2007 desmascarar Neil (cujas fotografias tinham sido distorcidas), a organização internacional terá até hoje identificado e salvo mais de 600 vítimas em 31 países.

A Interpol afirma, ainda, “ter ponderado com muito cuidado a decisão de lançar este novo apelo”. Este método tinha permitido a captura de Neil, no dia 19 de outubro de 2007, na Tailândia, depois de mais de 350 pessoas terem respondido ao apelo. O método de recurso a testemunhas foi até hoje utilizado para investigações em casos de pedofilia, mas algumas fontes não descartam a possibilidade de ser utilizado no futuro em investigações de terrorismo.

O apelo da Interpol surge num momento em que vários países da Europa debatem a forma de punir e prevenir os crimes de pedofilia. Na Espanha, o pai da menor Mariluz, assassinada por um pedófilo condenado, mas em liberdade, reuniu já mais de 140 mil assinaturas para pedir a pena perpétua para crimes de pedofilia e a publicação das listagens de pedófilos condenados. Na França, o governo lançou o debate para a possibilidade de detenção perpétua de pedófilos reincidentes.

Na Alemanha, as autoridades preferiram abordar o lado clínico da questão. Um hospital de Berlim criou uma linha de assistência e um site na internet dirigido a potenciais pedófilos (http/www.charite.de/ch/swsm/dunkelfeld/index.php) que desde 2005 já recebeu mais de 500 pedidos de tratamento.

Revista Consultor Jurídico

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.


Você está prestes a ser direcionado à página
Deseja realmente prosseguir?
Init code Huggy.chat End code Huggy.chat