Sem insinuações – Lula diz que Protógenes deve voltar à investigação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, em entrevista coletiva, a permanência do delegado Protógenes Queiroz no comando das investigações da Operação Satiagraha. Lula afirma que determinou ao ministro da Justiça, Tarso Genro, que acerte com a Polícia Federal a volta do delegado.

Lula classificou de insinuações e mentiras versões de que o afastamento de Protógenes, anunciado na terça-feira (15/7), teve razões políticas. “Moralmente, esse cidadão tem que ficar no cargo até terminar o relatório. A não ser que ele não queira. O que não pode é passar insinuações”, disse o presidente.

Segundo Lula, a investigação não terminou apesar da fala de Tarso de que o relatório estava 99,9% concluído. Lula respondeu ainda que “esse cidadão” não pode dar vazão a insinuações. “Ele não pode, se bem que ganhou na Justiça liminar para fazer o curso. Depois de fazer todas as coisas que tinham que ser feitas no processo e, na hora de finalizar o relatório, esse cidadão diz: eu vou embora fazer meu curso e ainda dá vazões para insinuações de que ele foi tirado”, criticou Lula.

O presidente reclamou da cobertura do caso. “Quem contou essa mentira referindo-se às insinuações de que Protógenes e outros agentes foram pressionados a saírem da investigação, amanhã ou depois desmintam”.

Lula diz que é o mais fervoroso defensor da PF. “Ela é a garantia para o combate à malversação, à corrupção, ao narcotráfico e ao crime organizado no País. Por isso, os policiais são bem remunerados e o governo melhorou muito a situação da Polícia Federal”, afirma.

A assessoria de imprensa da PF divulgou nota sobre as insinuações de que Protógenes saiu por pressão política. A Polícia lembra que no dia 13 de maio ele entrou com um pedido de liminar na 3ª Vara Federal do Distrito Federal para que fosse matriculado no 23º Curso Superior de Polícia. Ele alegou “preencher os requisitos exigidos para freqüentar o Curso e contestando os critérios estabelecidos pelo Ministério do Planejamento para contagem de tempo do serviço público”, afirma a nota.

O procurador Rodrigo de Grandis também lamentou a saída do delegado. Gandris, que é o responsável no Ministério Público Federal pelo inquérito, enviou oficio ao diretor-geral da PF Luís Fernando Correa pedindo a volta do delegado.

“Na qualidade de autoridades ministeriais responsáveis pelo eficiente andamento e final conclusão das investigações em torno da Operação Satiagraha, entendem os signatários que o afastamento dos senhores delegados, compromete, inquestionavelmente, a eficiência administrativa nas investigações”, afirmam os procuradores.

Além de Protógenes, também deixaram a investigação outros dois delegados de seu grupo: Karina Murakami Souza e Carlos Eduardo Pellegrini Magro.

O delegado afirma a pessoas próximas que era boicotado por seus superiores. Nos bastidores da PF, Protógenes é criticado por não ter informado os superiores sobre os detalhes da investigação. Também é acusado de usar a Abin no caso e de ser individualista.

Revista Consultor Jurídico

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