Em algum momento nos apegamos a certos objetos ou figuras simbólicas, mas não sabemos o que eles representam realmente, o significado de suas partes ou do todo, e a sua história. Para exemplificar alguns daqueles podemos lembrar da aliança do matrimônio, a bandeira brasileira e o brasão das forças armadas.
Da mesma forma, isto também atinge alguns estudantes e profissionais da contabilidade. Portanto se faz necessário comentarmos um pouco os símbolos que utilizamos para representar os nossos valores.
Por que utilizamos um anel após nos formarmos? E o que significa o Caduceu, tão utilizado e respeitado pelos profissionais e Conselhos de Contabilidade?
Mesmo que seja uma tradição ou costume, o anel, em nossa atuação como profissionais de contabilidade, faz-nos lembrar dos princípios a que devemos fidelidade. Em verdade os símbolos são lembranças de conceitos.
Então vejamos alguns significados importantes.
O Anel do contabilista possui uma pedra rosa(Rubislite), isto porque a Ciência Contábil tem ligação muito forte com a Ciência do Direito, onde a pedra do anel é vermelha, Rubi, sendo assim, de tonalidade diferente, mas da mesma coloração. Logo, devemos estar sempre cientes de que a contabilidade e a nossa profissão são regulamentadas por leis. Leis estas que estão presentes constantemente no campo da Contabilidade.
Outra característica são os brilhantes que ladeiam a pedra, significando a qualidade e a grandeza de importância do contabilista no contexto cultural, associado ao imenso valor das pedras preciosas. Numa das laterais do anel está o brasão da contabilidade, o Caduceu, que será comentado mais adiante, e na outra, a representação da tábua das leis, utilizada também no anel dos profissionais do Direito, reforçando o comentário acima, da influência do Direito sobre a Contabilidade.
O Caduceu é uma figura composta de um bastão com duas serpentes entrelaçadas a ele; na parte superior tem duas asas e um elmo alado. Podemos explicar a sua origem de duas formas: uma mitológica e outra racional. Mitologicamente pela intervenção do Deus grego Mercúrio diante de duas serpentes que lutavam enroscadas em seu bastão. Racionalmente, pelo uso do Caduceu pelos romanos simbolizando o equilíbrio moral e a boa conduta; o bastão expressando o poder; as duas serpentes, a sabedoria; as asas, a diligência; e, o elmo é emblemático de pensamentos elevados.
Uma curiosidade interessante é a história da mitologia grega do Deus Mercúrio onde relata que a divindade máxima confiara a ele a gestão da riqueza. Desde de sua infância, Mercúrio manifestara-se um gênio, dotado de rara inteligência, mas só quando adulto é que se tornaria possuidor do Caduceu. E ainda, que seu capacete o deixava invisível, o que lhe permitia avaliar atitudes e exercer controles sobre a ação de todos.
O que se entende realmente é que o bastão representa o poder de quem conhece a ciência contábil. As serpentes simbolizam a sabedoria e estão entrelaçadas para demonstrar o elo entre os atributos da natureza humana, social e profissional, em que há a integração das matérias e atividades de formação profissional básica, específica e complementar. Já as duas asas figuram a presteza, a solicitude, a dedicação e o cuidado ao exercer a profissão – tem, entre as matérias voltadas aos atributos de natureza humanística e social, o estudo da língua pátria, as relações humanas, as noções de ciências sociais e de direito, assim como a versatilidade da realidade brasileira na era da globalização. E por último o Elmo que é uma peça de armadura antiga que cobria a cabeça, representando, dentro do currículo pleno do curso de ciências contábeis, pela ética geral e profissional.
Pode-se concluir, então, que esses objetos simbólicos que utilizamos como profissionais da Ciência Contábil têm forte magnitude de significados históricos e culturais, onde colocamos entranhados em nossa profissão para demonstrar valores importantíssimos ao caminho da excelência da prestação de serviços. Embora a sociedade a quem prestamos os serviços de contabilidade não conheça aqueles símbolos a fundo, nós, contabilistas temos a consciência da importância daqueles valores para o melhor desenvolvimento das nossas atividades.
Não temos a intenção de esgotar o assunto, mas sim, de provocar curiosidade e fazer com que os profissionais contabilistas pesquisem e reflitam sobre a matéria.
Referência Bibliográfica:
– www.crc-ce.org.br
– www.crcpi.com.br
– www.crcsp.org.br
– Informativo do Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Ceará, Ano VIII – Número 36/Janeiro de 2005.
– P. Commelin, Mitologia Grega e Romana, Editora Martins Fontes, São Paulo, 1993.
Autor: Leonardo Aguiar Maia
Contato: leoaguiarmaia@yahoo.com.br
Estudante de Ciências Contábeis da UNIFOR e Contabilidade Pública da UECE.