Autores:
Michellini Fernandes Ferrarezi*
Fernando Antônio Agra Santos**
1º de maio deveria ser uma data comemorativa para a classe trabalhadora. Classe esta séria e comprometida com a produção de bens e serviços para a sobrevivência da nação. Entretanto, a condução da política econômica, nesses últimos anos, precisará e muito ser mudada para ampliar a oferta de empregos de que o País precisa, uma vez que o desemprego tem assolado milhares de brasileiros. Visto isso, será que esta data comemorativa deveria ser extinta do calendário brasileiro? Será que a massa trabalhadora tem motivos para comemorar?
Comemorar o quê? Só se for o desemprego que atualmente vem batendo às portas de milhares de famílias e de 47% dos jovens recém formados. Isso mostra que a educação sem crescimento econômico é insuficiente. E a grande maioria dos brasileiros que pensava que um ex-operário, ciente das dificuldades, pudesse mudar a cara do País em diversos aspectos, especificamente em questões relativas ao mercado de trabalho interno. Todos queriam, ou melhor ainda querem mudanças e não uma seqüência ou cópia do governo passado.
É muito lindo ver diversas propagandas focando as supostas melhoras no governo Lula em relação ao de FHC, mas na prática, ou seja, no bolso do trabalhador, está difícil confirmar as melhoras propagadas. O que se observa é uma massa de trabalhadores sem emprego, com fome, e a miséria espalhada aos quatro cantos do País. E ainda “alguns” acreditam que o País cresceu, que houve melhora. Realmente houve melhora em alguns setores específicos, como o financeiro. Mas de modo generalizado, a situação piorou. Se se for fazer uma breve análise de crescimento veremos que o PIB no ano de 2003 foi o menor, no período de dez anos, e que o crescimento ocorrido em 2004 nada mais foi do que uma recuperação pífia. O País não é milagroso assim, a ponto fazer com que o PIB dobre de valor apenas dois anos do novo Governo.
Nessa época do ano muito se fala sobre aumento de salário. Que aumento esse? Quando os preços dos produtos de primeira necessidade (alimentos, energia elétrica, telefone, transporte, remédios etc.) sobem mais do que o reajuste do salário, o poder de compra cai e os trabalhadores ficam mais pobres. Então, a quem se quer enganar? Àqueles menos favorecidos, que não sabem como controlar seu próprio salário? Se é que pode se chamar de salário, a sua remuneração. Exploração seria o adequado. Pessoas que somente possuem força de trabalho, mais nada. Uma educação de qualidade está bem distante de sua realidade. Assim, os mesmos não ameaçam quem estar no poder e estão sujeitos a trabalhar pelo menor salário possível ou até mesmo, por um prato de comida, e ainda se é capaz de escutar que há no Brasil mobilidade social. Claro que não se pode ser tão radical assim, há mobilidade social, mas não em nível geral para propiciar melhoria das condições de vida. E ainda mais,pouco tem se falado concretamente em projeto de redi
stribuição de renda. Onde atua essa que é uma função do setor público? Que intervenção é essa que fiscaliza, regula, promove bens e serviços, redistribui e estabiliza?
Enfim, quem estar no poder afirma que os resultados somente virão no longo prazo. Pode-se até concordar com isso, mas até quando? O povo estar cansado de esperar e como dizia Keynes, no longo prazo estaremos mortos!
*Aluna do 3º ano da Faculdade de Ciências Econômicas Vianna Júnior (m.ferrarezi@bol.com.br)
**Doutor em Economia, Consultor Econômico e Professor Universitário das Faculdades de Ciências Econômicas Vianna Júnior, Faculdade Estácio de Sae UNIVERSO (Universidade Salgado de Oliveira), todas em Juiz de Fora – MG (Fernando.agra@ig.com.br)
Autor: Michellini Fernandes Ferrarezi
Contato: m.ferrarezi@bol.com.br
Aluna do 3º ano da Faculdade de Ciências Econômicas Vianna Júnior