Cuidado leitor (a), você talvez identifique personagens desse artigo relacionando-os com alguns de seus conhecidos, colegas de trabalho, vizinhos, personalidades públicas, autoridades, enfim, você poderá pelo menos se lembrar ou comparar algum tipo de idiota que será aqui mencionado.
Confesso que não é nada pessoal, apenas uma declaração para expor que nem todos nós somos idiotas, como alguns querem ou imaginam, pelo contrário, podemos às vezes passar por palhaços, covardes, acomodados, sem memória mas, o título de idiota pertence somente a alguns, uma minoria. Isso, porém, não significa que essa minoria seja constituída de poucos tolos, na verdade, ela ocupa muito espaço, às vezes até espaços privilegiados nas hierarquias sociais, econômicas ou políticas.
Os idiotas geralmente são constituídos de bastante arrogância, prepotência, autoritarismo e soberba perante o outro. Adoram o poder e se revestem de máscaras que projetam o nariz para cima, empinando-o, justamente para facilitar o fingimento de não perceber os indesejados. Os aportes que personificam esses boçais, se escoram no apadrinhamento, na intimidação do, “sabe com quem está falando?” ou na apropriação de um título de doutor, sem nunca ter feito um doutorado.
Suas marcas que o identificam como idiotas estão na furada de fila do supermercado, do banco e do cinema. “Arrancam” passageiros – simples mortais – das poltronas de aviões para então, sob a proteção de um véu da mediocridade, ocupar o seu espaço e de seus acompanhantes. Negociam o melhor para si em troca de promessas que jamais cumprirão. Tomam três cervejas em um bar e se o garçom vacilar, pagam só duas, e, para completar, consideram seu ato um feito memorável. No trânsito se puderem (às vezes no fiado) dirigem enormes utilitários, ocupando um pedaço de cada faixa demarcada na rua. Estacionam seus veículos em frente a bares, e sentindo os donos do bom gosto, fazem com que todos ouçam as músicas dos seus CDs , geralmente canções de “corno”.
Outros exercem a idiotice no campo das profissões. Nos serviços públicos quanto maior for a procura e menor a oferta em sua área de atuação, mais eles se destacam. Quando enveredam para a participação em mandatos políticos eleitorais, o estrago é ainda maior. Basta ver a pizzaria nacional no Congresso, promovendo por exemplo, a dança da bundona.
Essa espécie está em todos os lugares e existe há muito tempo. Se você, ao constatar a presença de um desses parvos e quiser se defender, prepare-se da melhor forma e não dê espaços para que ele avance. Mesmo assim, saiba que muitos vivem de sua suada contribuição aos cofres públicos. Alguns ainda, mamam em alguma “teta” generosa e outros, mais barbaramente, são os “donos” dessas tetas. Pelo menos se consideram. Ouse criticá-los, e verás a cretinice aliada ao ódio caçando seus desafiadores.
O consolo é que esse não é um mal moderno. Ele existe há muito tempo e inclusive foi apossado por mentes inteligentemente destrutivas, preconceituosas e racistas. Vitimou almas na Inquisição, reinou absoluta durante a 2ª Guerra Mundial, no Brasil influenciou o golpe de 64 e décadas depois, incorporou um governo de esquerda, deixando-o semelhante.
Vitimados por essa estupidez, nos colocamos todos nós brasileiros, na defensiva. Temerosos de sermos cúmplices de mais desastres governamentais, ficamos indecisos, por exemplo, quanto a escolha do novo presidente. Está faltando um homem ou mulher, que reúna algumas qualidades básicas e fundamentais, tais como, competência, honestidade, coragem, sobriedade e equilíbrio para dirigir esse gigante, que se habilite a tal empreitada e que finalmente, não seja um idiota.
ALTEMIR LUIZ DALPIAZ, professor e escritor altemir@dalpiaznet.com.br