Pecado grave ou pecadilho?

“…Delúbio Soares não podia dizer que praticava” roubo”, que é crime de improbidade, nem “caixa 2″, que é crime eleitoral”. Daí, os “recursos não contabilizados” fizeram escola”. Esse material foi publicado no Correio do Estado, na 4ª página de domingo, dia dois deste mês. E mais: “É um rico anedotário de fórmulas vagas, propositadamente fluidas, destinadas a enfeitar, esconder ou negar as feiúras de ação política. Nem o PT não erra nunca e não cabem coisas como roubo, erro, crime, traição, inveja, vingança”. Todas as possíveis mazelas ou supostos crimes são assim explicados num autêntico jogo de cena e empurra. São tentativas de, através do relacionamento destorcido, procurar justificar denúncias graves.

O que existe é uma zombaria impiedosa, porque acreditam que o povo seja ingênuo ao dar-lhes o respeito ético, e crer-lhes dedicação às boas causa. O que seria natural, na política decente. Os que estão no poder, e envolvidos nos escândalos denunciados, ao não fazerem bom uso dos cargos que ocupam, não agem pela burrice ou distração. Na realidade atuam com malícia enganadora que tapeia, por algum tempo a população de uma cidade, estado ou país. Essas pessoas travestem-se de camaleões e mudam de roupa ética na política ou fora dela. Porque os lances da política são jogados no tabuleiro ou fora dele.

Para os que se acham os dono do poder, tudo é relativo e só o que “status” lhes confere, é absoluto. Intocável. Infelizmente, estamos sob o jugo do relativismo, onde nada é respeitado, muito menos a própria história de suas vidas. Tudo é renegável, para se manter no poder.

O auto-elogio do presidente-candidato que se diz: “o maior de todos os presidentes, em todos os tempos”, já exibe a apoteose mental que tomou-lhe o juízo. E daí, fica claro porque desconsidera o “simples jardineiro” Francenildo dos Santos Costa, que na ótica presidencial, não poderia agir motivado, apenas, pela honestidade. Mas, Francenildo, “o simples jardineiro”, demonstrou a traiçoeira armadilha que armaram contra ele, e com sua simplicidade desmonta e mostra àqueles que supostamente atuaram contra a verdade dos fatos, que ele sustenta a verdade.

Francenildo teve sua vida virada de cabeça pra baixo, somente por não ocultar o que sabia. Sua conta bancária e a de seu pai biológico também tiveram os sigilos bancários quebrados. E não só isso. De vítimas passaram a suspeitos, numa inversão de papéis. Mas, a execração que lhes quiseram impor, foi desmascarada. Nada havia de errado na vida de Francenildo e seu pai biológico.

Para o ex-ministro Palocci e o presidente-candidato, o Francenildo dos Santos Costa teria pecado contra o Estado. E isso seria inadmissível, em suas concepções políticas. O ex-minisro e o presidente-candidato só entendem e admitem os contra-passos dos delúbios, valeriodutos e outros iguais ou assemelhados. A estes, é permitido tudo. Recebem em suas testas, não o sacrossanto batismo ensinado por Jesus Cristo e São João Batista, mas a água salobra do batismo inadeitável da seita conhecida como relativista deturpada. E seus membros-iniciados ao irem para casa recebem o certificado “tudo é relativo”, para absolver-lhes todo e qualquer pecado. A qualquer hora ou motivo, exibem o certificado da clemência antecipada do relativismo.

Ai daquele não “batizado” na seita do relativismo presidencial, e que seja exposto como suspeito, sem provas, a exemplo do caso do Francenildo.

A Nação teve a demonstração de como agem os autoritários do relativismo presidencial: a tropa inteira partiu em marcha acelerada contra o “simples caseiro”. Tentaram jogar o Francenildo, primeiro no descrédito e quase ao mesmo tempo, na prisão.

Para esmagar o caráter e esconder as provas, trataram com desdém ao cidadão Francenildo dos Santos Costa, como “simples jardineiro”. Quer dizer, quem é um “simples jardineiro” para questionar um ministro de Estado? Agora, sabem com quem está a verdade.

Com tal comportamento, querem impedir qualquer denúncia válida. Pretendem que o povo engula que o Estado é o poder absoluto, que pode tudo, contra todos. Nesse esquema posam e discursam travestindo pecados graves, em simples pecadilhos inocentes…

Ruy Sant´Anna dos Santos, Advogado e Jornalista

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