Rito sumário na eleição

No primeiro turno das eleições à Presidência da República, o melhor do povo deu uma freada no pior da política. E a imprensa, mais uma vez, tem razão ao mostrar que os fatos são verdadeiros.

Os personagens palacianos ou ligados a eles por algum interesse escuso, infelizmente, são reais. O interesse direto e imediato da imprensa ao confrontar os depoimentos, documentos e mais provas materiais com outras comprovações de verossimilhanças, são seus direitos e obrigações.

Todas essas questões com prejuízos materiais e morais desembocam além dos cofres públicos federais, nas costas da população. Assim é que o segundo turno das eleições para a Presidência do Brasil dia 29 deste mês, é um julgamento de credibilidade para a confiança na política deste País.

Falando em julgamento, a imprensa age como Ministério Público, o fiscal da lei, e como a Polícia Federal ou Civil, que é para o processo a Polícia Judiciária que junto ao Ministério Público colhe e confronta provas e indícios contra os transgressores da honra, ética e as leis, que corrompem, são corrompidos ou se omitem contra a malandragem e corrupção do deboche à vida nacional. Com esse deboche age o presidente Lula ao fabricar ou pedir que lhe criem, pela propaganda política, a imagem do Cristo e Tiradentes corruptos da política brasileira. Como se essa eresia religiosa e patriótica fosse possível ou, se quer imaginada. A não ser pela cachola presidencial ou dos pucha sacos marqueteiros.

Através do processo eleitoral o povo julga em rito sumário e assemelha-se à ação do juiz com as provas e indícios juntados e apresentados ao “tribunal da opinião pública”, pela imprensa.

Nos casos de corrupção apontadas as partes estão se manifestando e podem exercer o direito de ampla defesa e do contraditório. Acontece que a defesa e o contraditório praticamente não são feitos, a não ser com evasivas e carrancas: ” minha vida é limpa”, “nunca cometi tal ilegalidade”, “nunca transgredi a lei” e por aí tentam tapar o sol com a peneira…

O juiz busca a verdade dos fatos para aplicar junto à lei, jurisprudência e convencimento próprio, para dar a sentença e o povo também usará da verdade para votar e livrar da vida pública brasileira os maus exemplos.

Afinal, na ante, da antepenúltima mandrakagem dos cabeças coroadas pró-palácio presidencial, reaparece Lula (de novo no meio desse cipoal), ele que relutou quanto pode para que não fossem expulsos do PT os seus amigos apontados diretamente pela Polícia e Ministério Publico Federal como envolvidos na fabricação da fajuta historia que tentaram contra a eleição de José Serra e de tabela (direta) ao próprio candidato Geraldo Alckmin, alvo principal. E ainda Lula escorregou ao comentar que não achava necessário afastar da Presidência de seu partido, Berzoini. Este, Berzoini como José Genoino são ex-presidentes do PT, e pegos na contramão da legalidade.

Resta a Polícia Federal mostrar o conteúdo das fitas gravadas, onde os apontados no escândalo comentam sobre Berzoini (o quê?). Será que terá de haver um furo para a revelação do conteúdo das fitas, sobre Berzoini e só no dia anterior as eleições? Será que é uma manobra do ministro Márcio Thomaz Bastos para diminuir o impacto do resultado das Eleições, contra Lula? Não quero acreditar.

O eleitor de Lula parece que enlouqueceu. Ou por outra, os cabeças palacianas do Governo Lula é quem enlouqueceram o eleitor. E a partir da decisão para o segundo turno, o brasileiro passou a observar com cuidado a embrulhada que é apresentada para conseguir votos para o presidente candidato. O povo já vê que ele é o único juiz do processo eleitoral, e não as ofertas de bolsas que tentam amordaçar consciências. Na realidade ninguém é contra a bolsa-escola. O que se condena é a maldade que amarra pessoas à inatividade pela falta de trabalho.

O eleitor já soltou as amarras e sabe que quem criou a bolsa-família foi FHC, quando na Presidência. E Alckmin, então governador paulista, adotou o bolsa-família, associada à abertura de mercado de trabalho e as crianças nas escolas. Hoje, o povo já mais esclarecido é que vai dizer como quer que o Brasil seja governado. O brasileiro valoriza a retidão de caráter, condenando candidatos duvidosos. Lula que prepare; “jacaré esperto demais, vira bolsa”. Sobretudo, dia 29 é o dia de se dar um basta à compulsão pela impunidade.

Ruy Sant´Anna dos Santos, Jornalista e advogado em MS

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