Batendo cartão – Repórteres de O Globo podem ter controle de ponto

Os repórteres e editores de O Globo discutem a implantação de um sistema de controle de ponto na redação do jornal. Eles se reuniram nesta sexta-feira (6/3) para debater como deve funcionar o sistema que registrará os horários de entrada e saída dos jornalistas. Uma audiência já foi marcada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região para o dia 17 de março para resolver a questão, que será discutida também no dia 10, no Sindicato dos Jornalistas.

Segundo a presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, Suzana Blass, o controle de ponto é uma reivindicação antiga da categoria, e já foi aprovada pelos profissionais. A vantagem dos que defendem a ideia é que as horas extras passarão a ser pagas de acordo com a lei. Porém, para alguns jornalistas, uma mudança radical pode atrapalhar o trabalho, já que os repórteres seriam obrigados a ir para a redação todos os dias, mesmo naqueles em que precisam cobrir entrevistas e eventos externos, como coletivas.

O jornal já havia feito uma proposta prévia aos empregados, de que o controle de ponto fosse feito apenas para os que trabalhassem mais do que o contratado. Assim, somente seriam contabilizadas as horas extras. Mas o sindicato rejeitou a sugestão em fevereiro, alegando que poderia haver constrangimento aos jornalistas que decidissem anotar as horas excedentes. Atualmente, O Globo adota um sistema de compensação de horas trabalhadas a mais.

Por esse fato, acredita Blass, a direção do jornal exigiu que os empregados cumpram o total de horas contratadas — sete horas diárias na semana, incluindo os sábados. A proposta é considerada uma retaliação pelo sindicato. “O jornal está retaliando porque os funcionários vieram para a assembléia e disseram que queriam o ponto. Me parece um mecanismo de pressão”, diz Blass.
A direção do jornal não comentou o assunto. A falta de um acordo na próxima reunião levará o caso a ser resolvido pela Justiça.

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