Senado impediu controle interno de gastos

O Senado é um mistério até mesmo para a Secretaria de Controle Interno, encarregada de fiscalizar eventuais irregularidades e informá-las ao TCU (Tribunal de Contas da União), segundo reportagem de Andréa Michael da Folha.

Ao menos durante os dois últimos anos, a folha de pessoal, de R$ 2,2 bilhões anuais (81% do orçamento da Casa), foi paga sem nenhum tipo de controle.

Segundo o diretor da Secretaria de Controle Interno, Shalom Granado, a ordem para fechar o Ergon a órgãos de controle partiu do ex-diretor da Secretaria de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi, que deixou o cargo após a revelação de que o apartamento funcional a que tinha direito pelo cargo era ocupado por seu filho.

Era nessa “caixa-preta” que estava, por exemplo, o pagamento em janeiro de R$ 6,2 milhões em horas extras a funcionários, como a Folha revelou no começo do mês.

Após a denúncia, a Advocacia Geral do Senado reconheceu que não tem mecanismos para comprovar se as horas extras pagas aos servidores da Casa são efetivamente cumpridas pelos funcionários.

A autorização do pagamento foi feita pelo senador Efraim Morais (DEM-PB) três dias antes de ele deixar o comando da primeira-secretaria, órgão da Mesa Diretora responsável pela gestão administrativa. Além da hora extra, a direção da Casa concedeu reajuste de 111% no benefício. O teto subiu de R$ 1.250 para R$ 2.641,93.

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