por Kelly Oliveira
O setor público consolidado, formado pela União, estados e municípios, registrou superávit primário (economia feita para honrar compromissos de dívidas, inclusive juros) de R$ 4,107 bilhões em fevereiro. Os dados foram divulgados hoje (31) pelo Banco Central (BC).
No primeiro bimestre, o superávit primário chegou a R$ 9.295 bilhões, o que corresponde a 2% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país.
O governo central (Previdência, Banco Central e Tesouro Nacional) contribuiu com R$ 903 milhões. Os governos estaduais economizaram R$ 2.793 bilhões e os municipais R$ 390 milhões. As empresas estatais contribuíram com R$ 21 milhões.
Mas, a economia feita pelo setor público não foi suficiente para superar as despesas com juros, que chegaram a R$ 10.179 bilhões, em fevereiro. Com isso, foi registrado um déficit nominal de R$ 6.072 bilhões. No bimestre, as despesas com juros somaram R$ 24.618 bilhões e o déficit nominal foi de R$ 15.322 bilhões.
No acumulado de 12 meses fechados em fevereiro, o superávit primário soma R$ 99.704 bilhões, o que corresponde a 3,43% do PIB.
Segundo o BC, a dívida líquida do setor público totalizou R$ 1.091 trilhões, o que corresponde a 37% do PIB. Em janeiro, esse percentual era de 36,9%. Quanto menor a relação entre dívida e PIB, maior é a confiança do investidor de que o país é capaz de honrar seus compromissos financeiros.
Os dados do BC são baseados no financiamento da dívida pública, calculado a partir da variação da dívida líquida do setor público com o setor privado. Os dados do Tesouro, também divulgados hoje, são apurados por meio dos fluxos de receitas despesas do governo central.