Copom faz terceira reunião do ano sob expectativa de nova redução dos juros

por Stênio Ribeiro

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) inicia hoje (28) a terceira reunião do ano para avaliar os rumos da taxa básica de juros da economia, a Selic, que remunera os títulos públicos depositados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia.

A taxa de juros, que está em 11,25% ao ano desde o dia 11 de março, pode baixar pelo menos mais 1 ponto percentual, para 10,25%, de acordo com projeção do boletim Focus, do Banco Central, que ouve semanalmente analistas e instituições financeiras.

Para o presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio), Abram Szajman, a queda da Selic é condição essencial para o equilíbrio da dívida pública.

Ele diz que, além disso, o Copom deve se preocupar em “alinhar a política monetária com a fiscal para assegurar investimentos em meio à crise financeira”. Szajman defende uma redução mais vigorosa da Selic, de modo a chegar ao final do ano em 8%. O boletim Focus, divulgado nessa segunda-feira (27) pelo BC, estima a taxa no período em 9,25%.

O presidente da Fecomércio destaca que “quanto maior for a queda dos juros, menor a necessidade de superávit primário” – a economia que União, estados, municípios e empresas estatais são obrigados a fazer para pagar os juros da dívida, que chegou a R$ 1,398 trilhão em março.

O gestor de Renda Fixa da Global Equity, Octavio Vaz, afirma que inflação controlada e nível de atividade mais baixa devem pesar para a redução de 1 a 1,5 ponto percentual, o que só será anunciado amanhã (29) à noite, depois do fechamento dos mercados.

Ele lembra que apesar de alguns sinais de melhora dos indicadores econômicos e da boa recuperação das bolsas, “a situação ainda requer cautela”. Para o gestor, a crise não está totalmente solucionada .“Ainda existem dúvidas em relação à saúde financeira dos principais bancos e seguradoras americanas” e isso faz com que muitos investidores ainda se sintam inseguros para voltar ao mercado.

A economista-chefe do Banco Fibra, Maristella Ansanelli, acredita que em virtude da redução da meta de superávit fiscal para 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB), na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) anunciada há duas semanas, é possível que o Copom desacelere o ritmo de flexibilização da política monetária.

Ela ressalta, contudo, que a inflação deste ano aponta para a casa dos 4% e diz que os últimos indicadores dão sinais de melhora no ritmo da atividade econômica, comparado ao último trimestre do ano passado. “Ainda é muito cedo para comemorar”. Segundo a economista, “o cenário continua muito favorável à continuidade do ciclo de queda de juros”.

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