Protógenes diz que vazamento de informações é “falácia”

Informado sobre a decisão desta segunda-feira (25) que o transformou em réu por vazamento de informação sigilosa, o delegado federal afastado Protógenes Queiroz afirmou que recebeu a notícia “sem surpresa”, mas “com indignação”.

“Entendo que o juiz cumpriu com que o Ministério Público havia concluído. Tenho certeza de que, ao final do processo, o juiz saberá decidir com isenção, [decidirá] que esses fatos não sustentam uma acusação. Tenho certeza da minha absolvição”, disse Protógenes.

O juiz da 7ª Vara Federal de São Paulo, Ali Mazloum, aceitou ontem denúncia do Ministério Público Federal e transformou em réu o delegado Protógenes Queiroz, hoje afastado da Polícia Federal.

Com a decisão, Protógenes será julgado por crimes de vazamento de informação sigilosa e fraude processual durante a Operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro Daniel Dantas em julho de 2008.

Sobre os telefonemas que ele trocou com o então diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Paulo Lacerda, Protógenes disse que “seria mais do que normal”. “A Abin participava das investigações. Não há nenhum crime em falar com o diretor da Abin.”

O delegado disse que não teve acesso à denúncia do Ministério Público, acolhida pelo juiz. “Não sei em que se sustenta essa peça acusatória. Se houve vazamento do inquérito, houve também o vazamento do inquérito sobre o vazamento”, afirmou Protógenes.

Na opinião do delegado, o vazamento de dados da Operação Satiagraha para jornalistas é “uma falácia, uma ilação”.

Telefonema

Protógenes também negou ter dado ou recebido telefonemas do empresário Luis Roberto Demarco, ex-sócio em braço do grupo Opportunity e atual desafeto de Daniel Dantas.

Demarco disse estranhar a inclusão de seu nome na decisão judicial. “Nunca falei com o delegado Protógenes. A colocação do meu nome nesse documento é maliciosa”, afirmou. “Não houve nenhuma ligação do delegado para a Nexxy [Capital Brasil] ou para mim.”

Segundo ele, pode ter havido uma confusão dos responsáveis pela investigação. No início do ano passado, Demarco registrou o domínio de um novo blog do jornalista Paulo Henrique Amorim, que deixava o portal IG, onde mantinha coluna em que fazia campanha contra Daniel Dantas.

Amorim pagou pelo uso do servidor da internet, afirmou o empresário. “Ele é meu amigo e eu o ajudei na hora em que precisou”, disse Demarco.

Procurado ontem pela reportagem, o jornalista Paulo Henrique Amorim não foi localizado. Seu telefone celular estava fora da área de serviço.

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