Primeira mulher a ocupar o cargo de ministro de um tribunal superior, a ministra Eliana Calmon, do STJ, assume, no próximo dia 8, a Corregedoria-Geral do Conselho Nacional de Justiça. Unanimidade entre seus colegas, que a consideram “determinada, corajosa e prudente”, a ministra afirmou que teve muita dúvida se ficava só prestando jurisdição no STJ ou se ia para o CNJ.
Segundo ela, a escolha foi feita porque se sentiu, até moralmente, obrigada a dar uma contribuição na atividade de gestão do Poder Judiciário, na medida em que é uma ferrenha crítica das suas práticas burocráticas.
“Todas as minhas falas e pronunciamentos são no sentido de criticar aquilo que precisa ser criticado dentro de uma atividade que é de importância fundamental, porque se não tivermos uma boa justiça, não teremos uma boa democracia, não teremos evolução e uma vida de cidadania. E no momento em que minha carreira me dá a oportunidade de trabalhar exatamente nessa parte da gestão, não poderia negar a minha atividade”, afirmou.
O aprimoramento da gestão administrativa do Judiciário será o foco principal da atuação de Eliana Calmon na Corregedoria-Geral do CNJ. Mas ela afirmou que desvios de conduta de magistrados não serão tolerados.
Baiana de Salvador (* 05.11.1944), Eliana assegura que “a atividade disciplinar será absolutamente secundária, muito embora garanta que terei tolerância zero com eventual corrupção no Poder Judiciário”.