Mais uma importante informação surge para montar o quebra-cabeças que poderá desvendar as causas que levaram o voo 447 da Air France a cair no Atlântico quando fazia o trajeto Rio-Paris em 2009. A revista alemã Der Spiegel publicou na edição que circulou ontem (22) que “há fortes indícios de que as sondas de velocidade da aeronave, conhecidas como sondas Pitot, congelaram”.
Conforme a publicação, “a causa mais provável é que cristais de gelo teriam entupido os instrumentos usados para medir a velocidade da aeronave”.
A fonte da revista disse que “as caixas-pretas registraram, logo após o mau funcionamento dos indicadores de velocidade, que a aeronave sofreu um puxão íngreme para cima e isso pode ter levado a uma perda de sustentação e à queda”. O nome da fonte é mantido em sigilo pela revista.
Outra trágica novidade, descoberta após a análise das caixas-pretas – encontradas há duas semanas no fundo do mar – é que o comandante do voo, Marc Dubois, não estava na cabine quando os alarmes soaram. Pode-se ouvir ele chegando, correndo à cabine, e gritando instruções aos seus dois copilotos, conforme explica o especialista ao semanário alemão. Toda a pane, do congelamento à queda no oceano, teria durado quatro minutos.
Até agora, acreditava-se que a tripulação do voo AF 447 teria conduzido a aeronave diretamente para a área de tempestade. Mas a rota gravada nas caixas-pretas mostra que a tripulação tentou escolher a forma mais branda possível de atravessar a tormenta. Ainda não se sabe se o piloto foi responsável ou se os computadores de bordo do Airbus intervieram. A fabricante da aeronave não quer dar declaração antes do final das investigações.
O mistério em torno do voo que provocou a morte de 228 pessoas deverá ser desvendado até o fim de junho, quando os resultados da avaliação dos dados das caixas-pretas serão divulgados.