Em MS, juiz ouve depoimentos contra ex-médico acusado de mutilações

O juiz Gil Messias Fleming, em substituição na 3ª Vara Criminal de Campo Grande, ouviu ontem(11), testemunhas de acusação e defesa no processo em que o ex-médico e o ex-deputado estadual Alberto Jorge Rondon é acusado de lesão corporal grave contra mulheres que foram submetidas a cirurgias plásticas e o denunciaram pelos resultado dos procedimentos. Ele já cumpre pena domiciliar depois que foi condenado pelo mesmo crime em um outro processo judicial.

Do total de 17 testemunhas apenas oito comparecem no Fórum, duas de defesa e outras seis vítimas do ex-médico. No processo ele responde por lesão corporal grave contra cinco mulheres. Todas teriam sido mutiladas em cirurgias plásticas pelo ex-médico, que não tinha permissão para atuar em procedimentos estéticos. Mesmo tendo sido intimado, o réu não compareceu ao fórum, a imprensa não foi autorizada a acompanhar os depoimentos desta segunda-feira.

Entre as testemunhas, uma mulher de 71 anos, foi vítima há 13 anos de uma cirurgia mal sucedida de redução de mamas. “Essa cirurgia minha saiu nas costas, nunca que eu imaginava que uma cirurgia plástica ia ter essas consequências. Eu sempre soube que era só embaixo da mama, daí pra cá eu fiquei depressiva, eu tomo antidepressivo direto, eu só durmo com remédio”, afirma.

Ex-médico já foi condenado por erros em cirurgias
em MS (Foto: Reprodução/TV Morena)A promotoria quer aproveitar os relatos e as provas apresentadas pelas testemunhas para pedir a condenação de Alberto Rondon. “Duas dessas testemunhas não haviam se submetido a laudo no IML, vieram e trouxeram documentos e fotografias da época para juntar no processo e ajudar os juízes a se convencerem de que as lesões existiram”, afirma o promotor de justiça, Eduardo Rizkallah

“É preciso ver se existe um laudo, que é um documento próprio, um laudo de corpo e delito, feito pelo instituto médico legal, é isso que nós vamos ter que discutir”, afirma Rene Siufi, advogado de defesa.

As testemunhas que não moram em Campo Grande serão interrogadas pela Justiça através de carta precatória, inclusive o réu que cumpre prisão domiciliar em Bonito. Após o interrogatório dele, defesa e acusação vão fazer as últimas alegações do processo. Por fim, o juiz vai decidir se Rondon pode ser considerado culpado ou não pelo crime de lesão corporal.

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