Dilma decreta luto de sete dias; arquiteto é homenageado pelo Poder Judiciário

A presidente Dilma Rousseff decretou luto oficial de sete dias em todo o país em homenagem a Oscar Niemeyer. Mais importante arquiteto brasileiro do século 20, com obras espalhadas por diversos países, o arquiteto morreu na quarta-feira (5/12), aos 104 anos, no Rio de Janeiro.

O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, também decretou luto de sete dias pela morte de um dos idealizadores de Brasília. No estado e na cidade do Rio de Janeiro, os governos locais decretaram luto de três dias pela memória do arquiteto.

Oscar Niemeyer morreu no Hospital Samaritano, em Botafogo, onde estava internado desde o dia 2 de novembro, vítima de complicações renais e desidratação. Por causa de uma infecção respiratória, o arquiteto que estava na unidade intermediária do hospital, ficou sedado e respirando com auxílio de aparelhos. Niemeyer morreu às 21h55. Ele completaria 105 anos no próximo dia 15.

Velório

Depois de três horas de velório, o caixão com o corpo do arquiteto Oscar Niemeyer deixou o Palácio do Planalto no começo da noite desta quinta-feira (6/12). Coberto com a bandeira do Brasil, o caixão desceu a rampa carregado por cadetes do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, às 19h30. O corpo saiu em cortejo em direção à Base Aérea de Brasília, às 19h45. De lá, seguirá em avião da Presidência da República para o Rio de Janeiro, onde será velado nesta sexta-feira (7/12) no Palácio da Cidade, em Botafogo. O enterro ocorrerá no Cemitério São João Batista, às 17h30.

De acordo com a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto e da Polícia Militar, 3,8 mil pessoas passaram pelo local durante as três horas de velório. O caixão chegou às 15h45, e a entrada do público foi liberada às 16h40.

Ainda de acordo com o Planalto, o fim do velório foi antecipado a pedido da família de Niemeyer. Os parentes do arquiteto alegaram problemas de limitação de horário para o pouso do avião no Rio de Janeiro. A presidente Dilma Rousseff não acompanhou a saída do caixão, mas se despediu da família.

As pessoas que não conseguiram chegar a tempo do velório aplaudiram quando o corpo de Niemeyer deixou o palácio. Enquanto o caixão era posto no caminhão do Corpo de Bombeiros, eles cantaram o Hino Nacional. O trânsito na via que passa em frente ao Palácio do Planalto ficou interditado por cerca de 25 minutos, provocando congestionamento no local.

Homenagens

Niemeyer projetou os prédios de praticamente todos os tribunais sediados em Brasília, além do Palácio da Justiça, sede do Ministério da Justiça. Ele projetou, entre outros, ele também foi o responsável pelos projetos das sedes do STF, do TST (Tribunal Superior do trabalho) e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e o STJ (Superior Tribunal de Justiça). Ao longo dia, ministros de vários tribunais prestaram homenagem ao arquiteto.

Em nota, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa disse que Niemeyer foi um dos maiores gênios. “É com pesar e profunda consternação que tomei conhecimento da morte de Oscar Niemeyer, um dos maiores gênios e artistas que o Brasil já teve. Suas criações originais, unindo arquitetura e poesia, expressaram os limites elevados da genialidade brasileira e ajudaram a projetar o nome do Brasil no exterior. A criação constante e revolucionária de novas formas de expressão arquitetônica fez de Niemeyer um dos grandes expoentes da arquitetura moderna mundial. Homem de hábitos simples, notabilizou-se pela defesa dos ideários de liberdade e a busca incansável pela dignidade da gente brasileira.Neste momento de luto, em nome do Supremo Tribunal Federal, manifesto solidariedade aos familiares e amigos de Oscar Niemeyer”, afirmou Barbosa.

“Hoje é um dia em que estamos de luto – o Brasil inteiro, e todos aqueles que apreciam a beleza, e não apenas a beleza estética, mas a beleza do espírito”, disse o presidente da segunda turma do STJ, Herman Benjamin.

Ao abrir o Congresso Democracia Representativa e Cidadania, a ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE, também homenageou Niemeyer. Cármen Lúcia lembrou que a nova sede do tribunal foi projetada pelo arquiteto e que utilizou curvas, assim como no prédio do STF, para dar o sentido de que a justiça não tem fim.

“A curva nos dá exatamente a ideia de algo que pode ser olhado com novo olhar, pensado com novo movimento e uma nova forma como tem que ser a Justiça. Como ser humano passa fisicamente, mas tudo o que ele fez permanece, Oscar Niemeyer permanecerá”, afirmou a presidente do TSE ao destacar seus projetos inovadores”, afirmou a presidente do Tribunal Superior Eleitoral.

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