Tribunal aprova prestação de contas do governo de Agnelo Queiroz com ressalvas

As contas de 2012 do GDF (Governo do Distrito Federal) foram aprovadas, com ressalvas, pelo TCDF (Tribunal de Contas do Distrito Federal). Entre elas, os altos gastos com a Copa do Mundo de 2014, a descontinuidade de programas sociais, a contratação de serviços realizados e o investimento abaixo do previsto em determinadas áreas como pesquisa, cultura e no atendimento a crianças e adolescentes. O parecer prévio foi apresentado e aprovado nesta quinta-feira (20/6) pelo tribunal.

De acordo com o parecer, o GDF gastou mais do que arrecadou. Em 2012, era esperado um superávit de R$ 10 milhões. Mas as despesas superaram o valor e as contas fecharam em um déficit de R$ 314,1 milhões. “Diversas irregularidades, que poderiam ser justificáveis no primeiro ano de gestão, se perpetuaram durante toda a gestão de 2012”, disse o procurador-geral do Ministério Público de Contas do Distrito Federal, Demóstenes Albuquerque.

Além do descumprimento da meta fiscal, o relatório aponta, fixado na Lei de Diretrizes Orçamentárias, a realização de despesas sem cobertura contratual, a prática recorrente de celebração de contratos emergenciais e a ausência da metodologia, para avaliar os custos e benefícios das renúncias de receita e de outros incentivos fiscais.

Segundo o documento, em relação ao orçamento voltado ao atendimento à criança e ao adolescente, quase 60% do previsto para deixou de ser executado. “Se há um recurso mínimo a ser aplicado em determinada área, isso acontece porque a sociedade entendeu que as áreas eram relevantes. Não se pode entender a lei orçamentária apenas como uma mera pretensão do legislador, mas como um recurso que deve ser aplicado nessas áreas”, acrescentou Albuquerque.

As obras para a Copa do Mundo de 2014 também foram alvo do parecer. Os R$ 702 milhões iniciais passaram para R$ 1,7 bilhão – considerando contratos firmados, licitações e ajustes por firmar, e gastos via PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).

O conselheiro do TCDF Renato Rainha foi voto vencido. Ele queria que o GDF enviasse uma nova prestação de contas. Segundo ele, as irregularidades são graves e haviam sido identificadas no exercício de 2011 e informadas ao governo distrital. “É um absurdo que o governo contrate serviços e não os formalize através de um contrato. Dessa forma, não se sabe o trabalho que foi feito, em que quantidade, quanto custou. Isso impede a fiscalização dos gastos do governo”, disse.

Diante da situação, o TCDF determina que sejam solucionadas as ressalvas apontadas; que sejam adotados critérios e controles efetivos na elaboração das leis orçamentárias anuais e na abertura de créditos adicionais. Determina ainda o aperfeiçoamento das normas e controles sobre aquisições públicas, execução e fiscalização de contratos firmados pelo governo.

O parecer prévio será submetido a análise da Câmara Legislativa do Distrito Federal e encaminhado ao governador Agnelo Queiroz. A íntegra do documento estará disponível na página do TCDF na próxima quinta-feira (27/6).

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