Durante séculos, o ser humano é questionado sobre o que é o mais importante, saber responder ou saber perguntar, quem é o verdadeiro sábio aquele que tem respostas para tudo?, ou aquele que sabe questionar o que lhe foi imposto?
O homem deve sempre agir com prudência, aquele que tem respostas para todas as questões, agindo com excesso, coloca sua reputação em perigo, pois quando não se tem o domínio sobre si próprio, ninguém irá admirá-lo, mas sim censurá-lo. A paixão dos tolos é a pressa, como não sabem o que é verdadeiro, não param para pensar.
O sábio ao contrário, possui reservas de paciência, não se afoba, pois só a perfeição tem o verdadeiro valor, dando mais valor ao saber perguntar, pois assim desenvolve pensamentos, vai a busca do inimaginável, do inatingível.
Os verdadeiros sábios buscam verdades e por mais difícil que seja encontrá-las nunca desistem ou pensam que não existam. Em nossas vidas também devemos procurar nossas respostas e é importante conhecermos o que foi dito em outras épocas para que possamos formar uma opinião própria.
A partir do momento em que tivermos a idéia de que fazemos parte de um grande mistério, temos consciência de estarmos participando de um enigma e procuramos explicações para isso.
A única coisa de que precisamos para nos tornar bons filósofos é a capacidade de nos admirarmos com as coisas. Os grandes sábios são comparados a uma criança, pois tanto um quanto o outro ainda não se acostumaram com o mundo e não pretendem se acomodar com as coisas.
Aqueles que possuem resposta para tudo, são as pessoas que acham que não vale a pena chegar a um conhecimento superior, pois sua visão sobre o certo e o errado é limitada, acham que o questionamento, prejudica sua formação.
O dialogo é um dos exercícios que devemos praticar para a busca da sabedoria, pois assim nos são apresentados opiniões sobre o que questionamos, e assim somos forçados a elaborar as próprias idéias, indo de encontro com a alma e adquirindo, a partir de então, uma existência autêntica e verdadeiramente original.
O homem sábio deve: saber perguntar, ter inteligência e discernimento. A imaginação é um dom notável, mas é muito mais notável aquele que sabe perguntar bem e entender o que é colocado. A inteligência deve ser aguçada, deve irradiar luz. Capacidade e grandeza se medem pela virtude e não pela sorte. O sábio estima todos, pois reconhece o que há de bom em cada um e sabe como custa chegar ao verdadeiro conhecimento.
Bibliografia
Gaarder, Jostein – O Mundo de Sofia: romance da história filosófica. Trad. de João Azenha Jr. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
* Renato Ribeiro Velloso
Membro do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais – IBCCrim, Membro Associado Não mantenedor do Instituto Comportamento, Evolução e Direito – ICED e Pós-Graduando em Direito Penal Econômico Internacional, pelo Instituto de Direito Penal Econômico e Europeu da Universidade de Coimbra, Portugal.