O direito de propriedade e o MST

Wagner de Barros

Sem embargo da proclamação contida no Preâmbulo da Carta Magna, que exalta, entre outros valores, a justiça, a liberdade, a harmonia social e a solução pacífica dos conflitos, ativistas do MST acabam de consumar a maior invasão já perpetrada em Goiás, fazendo tremular sua famigerada bandeirola vermelha – símbolo da impunidade e da violência – no portal de uma indefesa fazenda-modelo, reconhecida como a maior produtora de grãos e de carne do município de Campestre. Apesar da determinação judicial de desocupação, deferida mas não cumprida de imediato, ao legítimo e desventuroso proprietário – sem contar o amargo sentimento de desolação a pespassar-lhe a alma – só restará lamentar o perverso rastro de depredação vergonhosa espalhado por toda a fazenda, sem que nenhuma reparação material e moral seja imposta aos seus irresponsáveis autores, sempre prontos a reiniciar alhures novas badernas acobertadas por seus solidários simpatizantes de Brasília.

Assiste-se, pois, com perplexidade e indignação incontidas, ao esfacelamento das garantias constitucionais, à negação do Estado democrático e à desobediência civil, sem que nada impeça o avanço dessas ações anárquicas, deletérias e subversivas, disseminadas no campo, praticadas em nome de uma reforma agrária revolucionária e espoliadora, que paira acima da lei e da justiça, da razão e do direito, afrontando e desafiando a autoridade pública e a sociedade, subjugadas e bem próximas do retorno à barbárie.

Vive-se, enfim, sob permanentes tensão e ameaça provocadas pela sanha invasora do MST, decerto inspirado no carcomido comunismo de Marx ou saudosista do pensamento anarquista de Proudhon. Estímulos não lhe faltam, todavia, pela absoluta falta de segurança e respeito aos bens e à vidas dos produtores rurais, anônima e silenciosamente dedicados, por tradição e vocação, às duras lidas da roça. Desrespeita-se assim o provedor das proteínas que alimentam milhões de urbanos e o sustentáculo das receitas que custeiam os desacertos do governo petista.

A cada esbulho terrorista cometido contra propriedades, que cumprem sua finalidade econômica e social, ficam expostas a omissão e a conivência notórias dos escalões federais, incapazes, ou desinteressados, de por cobro à ação solerte e ao escárnio dos contumazes profissionais de invasões, travestidos de guerrilheiros bem treinados e motorizados. E, o que é mais acintoso, mimados com cestas básicas, cobertas, celulares e outras benesses patrocinadas à larga pelo suado dinheiro do contribuinte.

* G. Anhanguera

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