A nação ficou aterrorizada, tremeu em sua base familiar, diante da insegurança, ameaça e muitos prejuízos às integridades físicas, materiais e sobretudo mortes de várias dezenas de policiais. Trauma de intensidade nunca enfrentado pela sociedade brasileira. Mesmo com tal sofrimento, a nação já lambeu sua ferida, com dignidade, e vai se recuperando do dia que era para ser de total homenagem ao amor, pela passagem do Dia das Mães, e foi transformado em dias de ódio e medo.
E como resposta (acredito que mal dada), o presidente da República anunciou pelo seu ministro da Justiça que liberará, ainda neste ano, a quantia de 1 bilhão e 200 milhões de reais, para atender a área de segurança pública do país. Mas dará tempo para o investimento correto? Será totalmente liberada essa verba? Ou teremos um festival de propagandas, e só…!
O comentário dos governistas é de que o governo federal fará uma mudança. Como o tempo é tão curto e o espaço para propaganda é grande, não sei se a mudança será de assunto, apenas. Porque o clamor popular é pela mudança de política. As soluções são para ontem.
A ação violenta e terrorista dos bandidos contra a nação brasileira, entre vários objetivos de força, buscou o enfraquecimento do sistema policial. Porém a resposta foi dada à altura, não só em São Paulo e outras localidades, como também nos presídios de Mato Grosso do Sul, tanto pelas Polícias Militar, Civil e Agentes Penitenciários. Como em Carajás, a polícia não pode exorbitar de sua força, como se fosse bandida, mas também que a polícia seja militar ou civil não pode se acovardar, correndo do confronto à violência eminente e/ou atual.
Nesses tristes dias, a população foi ameaçada, afrontada e manchada não só pelo sangue derramado, mas pela vontade de se apavorar a toda sociedade. Os presidiários comandados por “parceiros” de presídios paulistas e que tiveram os benefícios do “alívio” do Dia das Mães para passarem com seus familiares, muitos fizeram o papel de terroristas, atirando pra todo lado, sem alvo certo ou caçando policiais em serviço ou de folga, matando covardemente várias dezenas deles. Causaram incêndios em ônibus, e jogaram granadas até em escolas. Morreram e foram feridos policias e gente do povo que não aceitam o tráfico mandando no território nacional.
É preciso que se acabe com a hipocrisia da defesa, apenas dos direitos humanos dos bandidos. Tem que ficar bem claro que todo aquele que sacar da arma contra a polícia, assume o risco de ser derrubado antes.
Os policiais devem estar bem preparados, inclusive psicologicamente, para portar armas. E a polícia não deve ser inibida, para que possa impedir que os bandidos recomponham a baderna fora dos presídios e/ou outras rebeliões de presidiários.
É preciso lembrar que o serviço de inteligência da polícia, em todo lugar, funciona e é importante, e coloca os comandos a par dos planos de ação de presos e “colaboradores” externos. Os criminosos também se infiltram e usam policiais que agem fora da lei ou até entram para a força policial já pensando em servir contra seus colegas de corporação ou delegacias, tudo para conhecer previamente as programações das autoridades.
Sempre respeitei e admiro a lisura, a coragem, dedicação e até senso patriótico dos policiais. Porém há pessoas que confundem as outras ao misturar a corporação com os maus policiais, como se fosse toda ela bandida. A verdade é que o membro gangrenado não pode ser tratado com medicação paliativa.
Entre os problemas crônicos na área dos presídios e segurança pública em geral, estão a superlotação carcerária, deficiência na vistoria aos visitantes, falta de detector de metais e bloqueadores de celulares em todos os presídios, a deficiente atenção na saúde dos presos, quadro deficitário de agentes, psicólogos, médicos, dentistas, assistentes sociais, escala de serviço apertada e salário defasado. Além desses pontos tem que se manter e aumentar o policiamento ostensivo, a pé e motorizado, com novos e modernos armamentos, munições, coletes à prova de bala, novas viaturas, seguro de vida que garanta a integridade física e vida dos que militam na segurança pública e guarda dos presídios. Devemos ter sempre na lembrança que eles são os responsáveis pela segurança pública. E do jeito que está, é bom lembrarmos de uma frase da professora da UERJ Eloísa Guimarães: “É preciso ter em mente que não chegamos ao máximo do caos. Ainda é possível piorar”.
Ruy Sant´Anna dos Santos, Jornalista e advogado