A Arquidiocese de Chicago, nos Estados Unidos, anunciou na quarta-feira (13/8) um acordo de US$ 12,6 milhões para encerrar as ações movidas por pessoas que processavam a Igreja. Os autores das ações disseram que foram vítimas de abusos sexuais cometidos por padres. As informações são do site Findlaw.
Os beneficiados são 16 moradores da cidade. “Qual o preço a ser ressarcido a uma jovem, de 8 anos de idade, que perdeu a virgindade nas mãos de um padre?”, questiona Therese Albrecht. Ela diz ter sido violentada, dos 8 aos 11 anos, por um padre da diocese de Chicago. Bob Brancato, hoje com 39 anos de idade, sustenta ter sofrido atentado violento ao pudor, entre seus 12 e 13 anos de idade, praticado por um reverendo de Chicago.
O acordo englobou desculpas públicas feitas pelo cardeal de Chicago, Francis George, e mais a emissão de um documento clerical, de 307 páginas, com explicações formais sobre os abusos sexuais e as investigações promovidas pelo clero local. Dos 16 casos de Chicago, 14 envolvem 10 diferentes padres.
O reverendo Daniel J. McCormack, por exemplo, que ano passado declarou-se culpado pelo abuso de cinco crianças, agora cumpre pena de 5 anos de reclusão. Do grupo de 10 padres, três já morreram e dois estão presos.
O acordo, agora, eleva para US$ 65 milhões o montante desembolsado pela Arquidiocese de Chicago em 30 anos para colocar uma pedra sobre as 250 ações civis por abuso sexual. A Igreja Católica dos Estados Unidos fechou outros acordos em razão de abuso sexual de padres.
Em dezembro de 2006, a Arquidiocese de Portland se comprometeu a pagar US$ 75 milhões para evitar condenações em 170 processos civis. A arquidiocese de Los Angeles também aceitou desembolsar US$ 60 milhões para 45 autores de ações.
Outros casos famosos são o da Diocese do Condado de Orange, Califórnia, que pagou US$ 100 milhões a 87 pessoas em 2005 e o da Arquidiocese de Boston, que desembolsou US$ 85 milhões para 552 vítimas. Em janeiro de 2007, a Diocese da cidade de Spokane, no estado de Washington, também concordou em pagar US$ 48 milhões a pessoas molestadas sexualmente por padres.
Revista Consultor Jurídico