O contraventor Carlinhos Cachoeira só prestará informações à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga suas relações com agentes públicos e privados se a defesa tiver acesso aos documentos protegidos por segredo de Justiça. O aviso foi dado nesta segunda-feira (7) pelo advogado de Cachoeira, Márcio Thomaz Bastos, ao presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).
Sem acesso aos dados, Cachoeira poderá ficar em silêncio na audiência agendada para a próxima terça-feira (15), afirmou Thomaz Bastos. Segundo ele, a imprensa teve acesso a partes das investigações, em trechos fragmentados e descontextualizados, mas não a defesa do contraventor. Para Thomaz Bastos, a situação dificulta a estruturação da defesa. Uma saída seria o adiamento do depoimento.
– Se ele não tiver acesso ao material, se nós não tivermos, é muito difícil ele depor. Ele pode se refugiar em seu direito de ficar em silêncio para não se incriminar. É a quinta emenda americana – disse o advogado, ex-ministro da Justiça do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com Thomaz Bastos, o pedido será submetido por Vital do Rêgo ao relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), e ao colégio de líderes, provavelmente já nesta terça-feira (8). O advogado de Carlinhos Cachoeira, entretanto, garantiu que seu cliente “vai obedecer a todas as prescrições, não só da Justiça, mas também da CPI”.
Os depoimentos à CPI mista devem começar nesta terça-feira com a audiência do delegado da Polícia Federal Alexandre Marques de Souza, responsável pela Operação Vegas, primeira a investigar as atividades de Cachoeira. O contraventor foi preso posteriormente na Operação Monte Carlo.