Advogado e assistente de juiz de Goiás são presos temporariamente por suspeita de integrarem facção criminosa

O advogado Emerson Thadeu Vita Ferreira e o assistente de juiz Carlos Eduardo Moraes Nunes, servidor da 3ª Vara Criminal de Goiânia, estão presos temporariamente, sob suspeita de integrarem organização criminosa ligada ao tráfico de drogas. A decisão é da magistrada da 6ª Vara Criminal de Goiânia, Placidina Pires (foto abaixo).
Segundo investigações conduzidas pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), Emerson estaria subordinado ao líder da facção, André Luiz de Oliveira Lima, tanto que se refere a ele como “papai”. De acordo com os autos, o advogado teria, também, envolvimento com lavagem de dinheiro para o grupo e ajudado a planejar a fuga de um dos integrantes, que estava detido no complexo prisional.
Conforme a juíza destacou, a prisão temporária é devida, diante dos indícios de prova amealhados até o momento e das fundadas suspeitas de “que a atuação do advogado ultrapassa, em muito, o dever funcional e que ele tem se utilizado da atividade profissional, função essencial à justiça, para atuar na estrutura da organização criminosa e que o servidor público aproveitou da confiança que gozava e das informações privilegiadas que possuía, por ocupar o cargo comissionado de assessor de juiz de direito, para favorecer o grupo criminoso, em troca de vantagem econômica”.
A investigação ainda aponta que Emerson, agindo em proveito da facção, é suspeito de sumir com autos em trâmite no Poder Judiciário Goiano, até mesmo de um que se encontrava em grau de recurso no gabinete da desembargadora Avelirdes, falsificando a assinatura da estagiária em um recibo para simular a devolução. Além disso, desconfia-se que ele tenha participado da morte de líderes da organização criminosa rival, morto durante a última rebelião.
No curso das diligências, apreendido o celular do advogado por ordem judicial, e analisado o conteúdo do celular, descobriu-se a existência de conversas como o servidor comissionado Carlos Eduardo. Conforme aponta a Draco, o assistente judicial, supostamente, repassava informações sigilosas, mediante promessa de vantagem econômica, de processos e investigações contra os líderes da facção criminosa.
Ao ser ouvido, Emerson afirmou que Carlos Eduardo o procurou e solicitou dinheiro em troca de decisões favoráveis aos líderes grupo criminoso, uma vez que atua como assessor na 3ª Vara Criminal de Goiânia, unidade na qual tramitam importantes ações penais contra os integrantes. O investigado contou, ainda, que apenas armazenou as conversas para sua segurança.
Conforme as autoridades policiais, em análise dos diálogos encontrados no celular do advogado, verificaram que existe intimidade entre os investigados e que a negociação de vantagens entre eles era constante. Segundo autoridade policial, em algumas passagens das conversas eles se desentenderam, “ficando claro que não se tratava da primeira tratativa havida entre os dois”. Asseveraram, contudo, que, até o presente momento, não há nenhum indício do envolvimento do magistrado com atribuições perante aquela unidade judiciária nos crimes supostamente praticados pelos investigados.
Fonte: TJ/GO


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