De janeiro a dezembro de 2010, 146 pessoas morreram vítimas de Aids em Mato Grosso do Sul, o que corresponde a 12 mortes por mês. Os dados são do Boletim Epidemiológico DST/Aids 2011, divulgado ontem pelo Ministério da Saúde. O documento ainda revela que, em todo ano passado, o Estado registrou 438 casos novos da doença. Neste ano, até o mês de junho, foram identificadas mais 180 pessoas soropositivas.
As ações do Ministério da Saúde no combate à Aids têm focado a população jovem, entre 15 e 24 anos. Segundo levantamentos da pasta, é neste público que a quantidade de registros da doença tem aumentado nos últimos anos. De acordo com o boletim divulgado ontem, duas pessoas nesta faixa etária morreram de Aids no ano passado em Mato Grosso do Sul – quando foram registrados 25 infectados. Somente neste ano já foram identificados 15 jovens portadores da doença.
O levantamento aponta ainda a ocorrência Aids em crianças menores de cinco anos. Nessa população, em 2010, foram seis casos no Estado. Até junho deste ano foi registrado apenas um caso. Não há registro de óbitos.
Ranking
Com esses números, Mato Grosso do Sul fica na nona colocação no ranking nacional com maior incidência de Aids, com 13 casos para cada 100 mil pessoas. O maior índice é no Rio Grande do Sul, onde a cada 100 mil habitantes, 27,7 estão infectados com o vírus. Na sequência aparecem os Estados de Roaraima, Santa Catarina, Amazonas, Paraná, Amapá, Rio de Janeiro e Espírito Santo. De todas as unidades da federação, o Maranhão é a que possui a menor icidência de Aids, com 5,8%. Os índices são referentes ao ano de 2010.
O relatório preliminar do Ministério da Saúde traz também o ranking de incidência de Aids entre as capitais brasileiras. Campo Grande aparece com média de 26,3 casos a cada 100 mil habitantes. A mesma taxa de incidência foi registrada em Cuiabá (MT) no ano passado.
Diagnóstico precoce
A coordenadora do programa de DST/Aids e Hepatites Virais da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Clarice de Souza Pinto, explica que “na maioria das vezes” as mortes acontecem porque os portadores do vírus descobriram “muito tarde” a infecção. “No caso dos jovens entre 15 e 24 anos é muito comum eles descobrirem tarde que têm a doença porque acreditam que estão “imunes” ao vírus e não se cuidam”, disse.
Ela destaca que quanto mais cedo o diagnótico for feito, mais chances de sobrevida e qualidade de tratamento a pessoa possui. “O diagnóstico precoce evita que a infecção se agrave, o que dificulta muito o tratamento com o coquetel”, afirma. Não existe, segundo Calrice, garantias de quanto tempo de vida uma pessoa pode ter ao começar a fazer uso dos medicamentos previstso, mas “a qualidade de vida aumenta muito, mas o tempo de vida varia de pessoa a pessoa, caso a caso”.
Apesar dos efeitos colateriais que o coquetel apresenta para os portadores da sindrome, a coordenadora defende que o uso do medicamento enfraquecea ação do vírus e aumenta a imnidade. “Desde 1996 o coquetel vem sendo administrado no país. Antes disso era o AZT, que tinha muitos mais efeitos colaterais”, afirmou.
Entre os efeitos que um paciente portador de HIV pode apresentar ao começar a fazer uso do coquetel – que contem três tipos diferentes de medicamentos – estão náuseas, vômitos, desarranjos estomacais e em alguns casos até mesmo anemia.