O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa informou ao jornal Estado de S. Paulo, através de sua assessoria, que a PF vai fazer “uma análise mais profunda e concreta dos fatos” narrados pela revista Veja. A reportagem traz diálogo do presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Segundo a revista, a transcrição foi repassada por um funcionário da própria Abin, que informou a existência de monitoramento de autoridades pelo órgão.
Uma das primeiras providências pode ser pedir à revista cópia da gravação captada ilegalmente. Só depois da análise é que decidirá se abre inquérito com o objetivo de investigar a realização de grampos ilegais por agentes da Abin. “Se houve um monitoramento contra um poder da União, é competência e obrigação da PF investigar”, afirmou o diretor.
A direção da PF negou que tenha realizado o grampo divulgado pela revista e afirmou que o diálogo não existe no inquérito que apura condutas do banqueiro Daniel Dantas, durante a Operação Satiagraha, da Polícia Federal, ou em qualquer outro inquérito conduzido pelo órgão. A revista afirmou que a Polícia Federal e a Abin intensificaram “ações ilegais” depois que o ministro Gilmar Mendes mandou soltar o banqueiro Daniel Dantas.
Também negou qualquer “cooperação institucional” com a Abin na investigação sobre Dantas. “A PF atua no campo da espionagem, mas dentro da legalidade, para a produção de provas. Todas as escutas têm autorização judicial e estão vinculadas a um inquérito. O sistema de monitoramento telefônico (realizado por intermédio de um software chamado ‘Guardião’) é auditável”, afirmou a PF.
“Se houve algum tipo de cooperação entre Abin e PF no inquérito, foi no campo da informalidade, entre agentes e o delegado”, afirma. Provocada por denúncias anteriores, a PF abriu há um mês inquérito para investigar a suposta cooperação informal que, segundo o orgão, é irregular.
Revista Consultor Jurídico