O juiz responsável pela homenagem polêmica ao Corinthians, em plena audiência de um processo trabalhista, publicou nota de esclarecimento no Facebook. No texto,o magistrado Marcio Alexandre da Silva ressalta seu currículo como juiz, dizendo, “sem falsa modéstia, sou um juiz exemplar”, e ainda afirma que outras homenagens registradas em atas de audiência são comuns.
Ele citando vários exemplos e questiona o fato de não nenhuma ter se tornado polêmica no meio público.
“Atribuo ao próprio futebol todo o alarde e repercussão sobre a homenagem prestada, porque sendo paixão dos brasileiros faz suscitar sentimentos antagônicos de amor e ódio”, diz a conclusão da nota.
A homenagem ao time foi prestada na manhã de quinta-feira (6), um dia após o Corinthians conseguir o título inédito de vencedor da Copa dos Libertadores da América. O ato de amor do juiz caiu nas redes sociais, causando polêmica.
“Homenagens a pessoas e instituições é coisa bastante corriqueira no Poder Judiciário”, afirma e após citar exemplos de homenagens a esposas de desembargadores e até a Hebe Carmargo, questiona que “nada disso foi ou é alardeado pela imprensa, tampouco considerado ilegal”.
Sobre as críticas recebidas por tal demonstração de paixão ao Timão, inclusive feitas pelo presidente da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil), Leonardo Duarte, o juiz diz que a “homenagem ao Sport Club Corinthians Paulista não foi uma maluquice ou brincadeira, conforme asseverado pelo presidente da OAB, pois não se brinca com um sentimento que é de mais de 30 milhões de brasileiros”.
No decorrer da nota, o magistrado esclarece que a atitude não implicou prejuízos para o seu trabalho e chama a atenção para o fato de outras, que vão contra ao devido exercício da profissão, não serem denunciadas ou motivo de polêmica para toda a sociedade.
“Se prestarem atenção na ata em que a homenagem foi prestada ao Corinthians, finda a audiência marquei julgamento para o mesmo dia e ele foi proferido antes mesmo do horário designado. Isso aconteceu com mais dois outros processos daquela mesma data”.
Márcio Alexandre ainda esclarece que a sua produtividade pode ser conferida no site do TRT. “Nas planilhas elaboradas pela Corregedoria local poderá ser constatado que sou um dos juízes mais céleres do Regional”.
“Em mais de 8 anos de carreira, jamais ultrapassei o prazo de 10 dias para julgamento”, mas admite que “sei que não faço mais do que a minha obrigação por cumprir os prazos legais”.
No entanto, o juiz esclarece ressaltar tais pontos porque “a sociedade precisa saber que nem todos os juízes, por diversas circunstâncias da vida, cumprem referidos prazos e, nem por isso, são execrados ou punidos e sequer prestam satisfações às corregedorias pelos atrasos reiterados, ao contrário, muitos são promovidos mesmo assim”.
Por fim, Marcio conta sua origem humilde e se diz corintiano de coração, ressaltando se orgulhar de ser conhecido “por ser enérgico, linha dura e intransigente”. Sendo assim, ele frisa que o que lhe traria “tremenda angústia, decepção e vergonha” seria ser conhecido por “corrupto, preguiçoso ou descompromissado”.
O juiz se coloca a disposição da imprensa e da Corregedoria para possíveis esclarecimentos a partir desta segunda-feira (9). Marcio também garante que irá fazer o ressarcimento das despesas com os serviços postais da ata da audiência, cerca de R$ 3,50.