Os desembargadores do Tribunal de Justiça de Belo Horizonte (MG) decidiram, nesta quarta-feira (10), que os acusados de sequestrar e matar Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, irão a júri popular. Por dois votos a um, eles concederam liberdade a um dos réus: Sérgio Rosa Sales, primo do ex-atleta do Flamengo.
Na audiência realizada na 4ª Câmara Criminal, os desembargadores negaram o pedido do Ministério Público para que Fernanda Gomes de Castro, Dayanne Souza, Elenilson da Silva e Wemerson de Souza respondam também pelo homicídio de Eliza.
Sales, que também é conhecido como Camelo, está preso na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem (MG), e deverá ser solto na quinta-feira (11).
Acusações
Bruno Fernandes, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e Sérgio Rosa Sales, o Camelo, respondem por homicídio triplamente qualificado (meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e cometer um crime com intuito de garantir impunidade por outro), sequestro e cárcere privado e ocultação de cadáver.
Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, foi pronunciado por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Fernanda Gomes de Castro, ex-amante de Bruno, foi pronunciada pelo sequestro e cárcere privado de Eliza e de seu filho. Já Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, ex-mulher do jogador, Elenilson da Silva e Wemerson de Souza responderão pelos mesmos crimes, mas cometidos apenas contra o filho da vítima. Todos os réus alegam inocência.
Desaparecimento
O desaparecimento de Eliza Samudio completou um ano em junho deste ano. No dia 4 de julho de 2010, Eliza fez um último contato por telefone com uma amiga. Apesar de a polícia ainda não ter encontrado o corpo dela, o delegado responsável pelo caso diz que as investigações concluem que ela está morta. O ex-goleiro do Flamengo é apontado como o mandante do crime.
Quatro réus do caso estão presos: Bruno, Macarrão, Sérgio e Bola, que é ex-policial civil e seria acusado de outros crimes. Outros quatro acusados estão em liberdade: Dayanne, Fernanda, Elenilson e o Coxinha. Todos os envolvidos negam o crime.
Versão da polícia
De acordo com a versão da polícia, Eliza e seu filho, na época do desaparecimento da mãe com quatro meses, foram sequestrados e levados para o sítio do goleiro Bruno em Esmeraldas, região metropolitana de Belo Horizonte (MG). Lá, os dois teriam sido mantidos reféns por alguns dias. A jovem teria sido espancada nesse período.
A polícia diz ainda que, no dia 7 de julho, Eliza foi levada para a casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, em Vespasiano. Lá, ela teria sido estrangulada até a morte e depois teve o corpo esquartejado. Parte dos restos mortais foram dados como comida para cachorros rottweilers do policial. Bola nega.