Cassado, Jackson Lago diz que decisão é “farsa” e que irá resistir no cargo

por JOÃO CARLOS MAGALHÃES

Jackson Lago (PDT) afirmou ontem à noite que resistirá à decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que determinou que ele deixe o cargo de governador do Maranhão –à qual ele chamou de “farsa”. “Eles [família Sarney] precisam ver que encontrarão resistentes, pessoas que mostrarão o que é a injustiça no Maranhão. Devemos estar aqui, vigilantes, resistentes”, disse ele.

Por unanimidade, o TSE confirmou ontem à noite a cassação do mandato de Lago, e de seu vice, Luiz Porto (PPS), que devem sair imediatamente do cargo. Ele será substituído pela segunda colocada nas eleições de 2006, Roseana Sarney (PMDB).

Segundo Lago, os deputados estaduais –a maior parte deles formada por seus apoiadores– estavam, até o final da noite de ontem, reunidos para votar uma brecha legal prevista na Constituição do Estado que, segundo o pedetista, diz que se o governador for cassado a partir do segundo biênio de sua gestão os deputados poderão fazer uma eleição entre eles e escolher um novo chefe provisório do Executivo maranhense.

Se os deputados decidirem pelo pleito, Lago diz que cederá seu cargo ao indicado pela Casa, de maneira provisória, até o STF (Supremo Tribunal Federal) julgar recursos de sua defesa. O TSE, porém, determinou que Lago e o vice dele deixem imediatamente os postos.

Caso os deputados não escolham um novo governador, Lago afirmou que continuará no Palácio dos Leões, sede do governo estadual. Ele convocou seus militantes a ficarem no local e permanecerem em vigília. “Quem quiser, tem que vir até aqui e dizer que é um democrata, um legalista. Dizer: “Eu não aceito golpe”. Estaremos aqui enquanto força tivermos.”

Durante a sua fala, a rede de televisão Mirante, afiliada da Globo e propriedade da família Sarney, foi expulsa do palácio aos gritos de “rede mentira”.

Logo após a decisão do TSE, Lago falou para as cerca de 1.500 pessoas –militantes do MST e de movimentos indígenas e quilombolas, em sua maioria– que, como ele, assistiram ao julgamento em um telão montado em uma área aberta do Palácio dos Leões.

Ao seu lado estavam a mulher dele e deputados estaduais de partidos da base aliada. Ele não mudou sua expressão durante a votação, mesmo quando o ministro Ayres Britto deu por encerrado o julgamento e passou para o próximo processo da pauta. Nesse momento, ao longe, era possível ouvir fogos -a comemoração de seus adversários.

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