Coreia do Norte começa a abastecer foguete e reitera ameaça militar contra represálias

O alto comando militar da Coreia do Norte voltou a ameaçar nesta quinta-feira responder militarmente qualquer tentativa internacional de derrubar o foguete que planeja lançar nos próximos dias, afirma um comunicado transmitido pela agência do regime comunista KCNA. As ameaças vieram horas depois que, segundo a rede de televisão CNN, Pyongyang começou a abastecer com combustível o foguete.

Coreia do Norte nega intenções militares com o lançamento do foguete e diz que seu objetivo é colocar um satélite de comunicações em órbita, como parte de um programa espacial pacífico e legal. O satélite deve sobrevoar o norte do arquipélago japonês.

Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão acusam Pyongyang de usar o satélite como disfarce para o teste de um míssil de longo alcance, que poderia chegar até o Estado americano do Alasca. Eles acusam o regime comunista de violar a resolução 1.718 do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), aprovada em outubro de 2006 e que recomenda ao país asiático suspender as atividades relacionadas a seu programa de mísseis balísticos.

“Nossas Forças Armadas Revolucionárias não hesitarão em adotar represálias, caso forças hostis mostrem o mínimo sinal de estar preparando a derrubada de nosso satélite”, afirma o comunicado norte-coreano.

“Se o Japão perder o sangue frio e atacar nosso satélite pacífico, o Exército do povo fornecerá uma tempestade de fogo em forma de represálias não apenas contra o armamento antimíssil já deslocado, e sim contra contra as instalações japonesas”.

O documento também adverte os EUA para a “retirada imediata de suas Forças Armadas se desejam evitar danos”.

Caças

A Coreia do Norte já enviou inclusive um esquadrão de caças para uma base aérea próxima à costa leste do país, onde está sendo preparado o lançamento do foguete, segundo informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap.

Fontes do governo sul-coreano não identificadas, citadas pela Yonhap, afirmam que o envio dos aviões parece estar destinado a responder aos movimentos do Japão para interceptar o foguete norte-coreano.

Tóquio ordenou na semana passada a seu Exército que destrua o foguete norte-coreano caso o lançamento falhe e suas partes caiam em território japonês.

EUA e Seul

Os EUA e a Coreia do Sul também mobilizaram aviões e navios militares para vigiar a região do lançamento. O presidente americano, Barack Obama, e o chefe de Estado da Coreia do Sul, Lee Myung Bak, se mostraram de acordo nesta quinta-feira sobre uma resposta “firme e unida” caso Pyongang decida realmente lançar o foguete.

Os dois líderes se reuniram durante meia hora antes da Cúpula do Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países mais ricos e os principais emergentes), que acontece hoje em Londres.

Em comunicado divulgado após a reunião, a Presidência sul-coreana afirmou que os dois líderes tinham acordado colaborar com uma reação conjunta ao lançamento.

As ameaças da Coreia do Norte fizeram também parte das conversas que Obama havia tido na quarta-feira com o presidente da China, Hu Jintao, e o chefe de Estado russo, Dmitri Medvedev.

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