A Coreia do Norte anunciou nesta terça-feira que não vai mais cooperar com os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e ordenou que eles deixem o país, disse a AIEA em um comunicado.
Segundo a agência das Nações Unidas, o governo norte-coreano disse que irá reativar suas instalações nucleares.
“(A Coreia do Norte) determinou a remoção de todo o equipamento de vigilância (do reator nuclear de Yongbyon)”, diz o comunicado. “Inspetores da AIEA não terão mais acesso às instalações.”
O comunicado afirma ainda que “os inspetores também foram convidados a deixar o país o quanto antes”.
O governo de Pyongyang já havia anunciado, horas antes, que estava se retirando das negociações para interromper seu programa nuclear.
“Nós nunca mais participaremos desse tipo de negociação e não estaremos obrigados a cumprir nenhum acordo alcançado nessas negociações”, disse um comunicado do Ministério do Exterior da Coreia do Norte.
Reações
A decisão foi tomada depois que o Conselho de Segurança da ONU condenou de modo unânime o lançamento de um foguete norte-coreano no último dia 5.
Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão suspeitam que o lançamento tenha sido, na verdade, o teste de um míssil de longo alcance. No entanto, Pyongyang afirma que o lançamento tinha fins pacíficos e que o foguete carregava um satélite de telecomunicações.
Os inspetores da AIEA foram para a Coreia do Norte após um acordo firmado em fevereiro de 2007 entre Pyongyang, Estados Unidos, China, Coreia do Sul, Rússia e Japão. Pelo acordo, a Coreia do Norte se comprometia a interromper seu programa nuclear em troca de ajuda financeira e incentivos políticos.
Os Estados Unidos consideraram a decisão norte-coreana um “passo na direção errada”.
“Nós apelamos à Coreia do Norte para que abandone suas ameaças (…) e honre seus compromissos internacionais”, disse um porta-voz da Casa Branca.
A China e a Rússia também pediram para que a Coreia do Norte reconsidere sua decisão. Pequim apelou por “calma”.
Segundo analistas, a decisão da Coreia do Norte parece ser uma tentativa de testar o governo do presidente americano, Barack Obama, e forçar novas concessões.