Em MS, 460 crianças e adolescentes vítimas de violência vivem em abrigos

Levantamento do Conselho Nacional de Justiça revela que cerca de 460 crianças e adolescentes, que foram abandonados ou que viviam em situações de risco por sofrer violência física, estão em abrigos em Mato Grosso do Sul. Muitos deles ainda aguardam o encaminhamento para uma nova família.

Eles ainda ensaiam os primeiros passos, mas já precisam reconstruir o caminho fora de casa. Meninos e meninas sem a proteção da família, vítimas de violência, abuso, negligência.
Em uma instituição que administra cinco abrigos em Campo Grande, 70 crianças e adolescentes com idade entre um e 18 anos estão acolhidas. “Estamos recebendo um fluxo muito grande de crianças pequenas, de dois a cinco anos”, diz a coordenadora Joana Queiroz.

De acordo com a Vara da Infância e Juventude em Campo Grande, em 2011 houve um movimento acima do normal no número de crianças nessa situação. Casos como o do menino que foi tirado de casa depois de ter sido queimado com um garfo quente pela própria mãe, ou dos quatro filhos do casal que foi preso por abandonar os filhos, entre eles um bebê de quatro meses, sozinhos em casa sem alimento ou condições de higiene.

De acordo com a juíza Katy Braum, o uso de drogas pelos pais ou responsáveis é principal motivo da violação de direitos. “Eles perdem a capacidade de se responsabilizar por alguém, param de cuidar de si mesmos e na sequência deixam de cuidar das crianças”, afirma.
O especialista em saúde mental coletiva, José Azambuja Contreiros Rodrigues, explica que alguns traumas são frequentes às crianças que são encaminhadas ao abrigo. “A partir da terapia, podemos explicar para eles sobre como eles podem se sentir melhor com essa inadequação. É preciso que as pessoas denunciem, não podemos passar a noite escutando uma criança berrando do lado da casa da gente sem chamar as autoridades”, afirma.

Em outro abrigo, voluntárias ajudam a recuperar o tempo perdido na escola. “Cada uma pega na mão da criança, conversa, passa carinho e confiança para que ela queira continuar aprendendo”, relata a voluntária Aline Aparecida de Souza

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