Levantamento feito pela Famasul a pedido do Correio do Estado mostra que existem 47 propriedades em 17 municípios de Mato Grosso do Sul que são alvo de disputa entre produtores rurais e indígenas. Os conflitos são com povos guarani (Kaiowá e Ñadeva) e terena e muitos deles se arrastam há anos. Mesmo quando as áreas são reconhecidas como terras indígenas pelo governo federal, a briga continua no Judiciário. Enquanto isso, os exemplos de violência se proliferam.
Sete fazendas foram ocupadas apenas neste ano em Mato Grosso do Sul, sendo três em Sidrolândia, duas em Douradina, uma em Miranda e outra em Rio Brilhante. Segundo a Famasul, os indígenas foram motivados por estudos da Funai nesses locais. Tendo em vista as análises para desapropriação, eles teriam se antecipado em ocupar as terras.
Para o sociólogo Paulo Cabral, a história mostra que “por mais aparentemente dominado que possa parecer que um povo esteja, existe subterraneamente um movimento de resitência, que em algum momento eclode”. E esse movimento foi motivado – em boa dose – pela Constituição de 1988, alvo de crítica dos proprietários rurais.