Em visita à Embaixada dos EUA, Ferraço reforça convite para embaixador comparecer ao Senado

O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) esteve nesta segunda-feira (15/7) na embaixada dos Estados Unidos para convidar o embaixador Thomas Shannon a falar ao Senado sobre as denúncias de espionagem de que os EUA teriam interceptado as telefônicas e eletrônica no Brasil. Como presidente da CRE (Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional), que investiga o caso, o senador argumentou que o comparecimento do embaixador ao Senado é fundamental para esclarecer os fatos à sociedade e ao governo brasileiro.

Segundo Ferraço, Shannon disse considerar o convite uma boa oportunidade de falar aos brasileiros, mas observou que só poderia aceitá-lo com a autorização do governo norte-americano, que ainda não a concedeu. No encontro, o embaixador deu ao senador as mesmas explicações que já haviam sido apresentadas formalmente ao governo brasileiro: as interceptações se dão no que os norte-americanos chamam de “metadados”, quando há acesso a informações como data, participantes e duração da comunicação, mas não há violação do conteúdo.

“Achamos que essa informação ainda é insuficiente. A presença do embaixador seria um passo adiante nessas investigações que estamos procedendo, na direção da busca da verdade dentro de um ambiente da mais absoluta transparência”, disse o senador, lembrando que na terça-feira (16/7), a CRE ouvirá em audiência pública o jornalista Glenn Greenwald, do jornal britânico The Guardian, que divulgou as informações repassadas pelo ex-técnico da NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA) Edward Snowden sobre programas secretos americanos.

Conversa reservada

O embaixador Thomas Shannon tem imunidade diplomática e não é obrigado a aceitar o convite da CRE. Uma opção para ouvi-lo seria uma conversa reservada com os integrantes da comissão, em audiência secreta, caso Shannon argumente que as explicações envolvem informações estratégicas.

Ferraço afirmou que a comissão vai prosseguir com as investigações a fim de concluir qual o real nível de fragilidade dos sistemas de defesa e proteção de tecnologias de comunicação no país. Para ele, o Brasil está “anos-luz” atrás de outras nações, a despeito de ter, no orçamento deste ano, R$ 100 milhões para proteção cibernética – somente R$ 10 milhões foram usados até agora.

“Precisamos considerar como estratégico e prioritário o desenvolvimento de projetos que ampliem a proteção da tecnologia da informação em nosso país. Não tem sentido um país como o nosso, que trabalha há alguns anos para ter assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas, não ter sequer um satélite nacional. Estamos absolutamente fragilizados e quero crer que, ao final dessas investigações, o governo brasileiro terá de responder com velocidade sobre essa fragilidade em que se encontra o país” declarou.

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