Fatos e foto – Brasileira enviou a amigos imagem de exame falso

Paula Oliveira, que afirmou à polícia suíça ter sido agredida na segunda-feira (9/2) por um trio de neonazistas em Dübendorf, cidade próxima de Zurique, teria comunicado a colegas de trabalho sua suposta gravidez de gêmeos com uma imagem de ultrassom que pode ser encontrada no Google. A informação é do site da revista Época, em reportagem assinada por José Antonio Lima. A informação repassada ao repórter é de uma brasileira que conhece Paula há mais de três anos e que trabalhou com ela na empresa dinamarquesa Maersk, segundo a revista.

De acordo com a ex-colega, o e-mail foi enviado por Paula no dia 16 de janeiro para mais de 30 pessoas da Maersk. O repórter de Época teve acesso a uma cópia dessa mensagem. O e-mail, em inglês, dizia o seguinte: “Bom, eu queria ligar para todos vocês, mas, pelas razões a seguir, vocês vão ver que eu devo economizar cada centavo a partir de agora, então não será possível. Enfim, é bem difícil achar uma forma melhor de dar a notícia. Então aí vai, a imagem [foto à esquerda] fala por si própria, vocês não acham? Para os que não têm meu celular eu acho que não estarei aí esta tarde, então vocês podem me ligar ou escrever mais tarde ou no fim de semana para esclarecimentos posteriores. E, sim, estou tão feliz quanto poderia estar! Beijos, Paula Oliveira”

Quando Paula deu a notícia da gravidez, mandou em anexo ao e-mail a imagem de um ultrassom que os colegas de trabalho encontraram no Google Imagens. A imagem veio com o nome “Twins 6 wks” (“Gêmeos 6 semanas”). Fazendo uma busca com esses termos no Google, foi possível encontrar a mesma imagem no site about.com

A ex-colega explicou à Época que o que motivou a busca no Google foi o histórico de Paula. Ela deixou a impressão de que inventava algumas coisas para chamar a atenção. Segundo a ex-colega da brasileira, o que agravou a desconfiança dos companheiros de trabalho foi outra história contada por Paula — a suposta morte do marido no acidente com o voo 3054 da TAM, que saiu da pista do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, matando 199 pessoas em 17 de julho de 2007.

“Em 2007 eu e outras pessoas ficamos sabendo por meio de amigos em comum que Paula havia se casado, mas nem sabíamos que ela estava namorando. Era um francês, chamado François, que ela havia conhecido no Recife. Todos acharam esquisito, mas acreditaram”, disse ela. “Quando ocorreu o acidente da TAM, recebi alguns e-mails das pessoas lamentando a morte do marido dela, que estaria no avião. Mas na lista de mortos no acidente não tem nenhum François”, explica — a Revista Época consultou a lista, onde de fato não figura ninguém com esse nome. “Foi aí que todos passaram a desconfiar do que ela falava”.

Em um outro episódio, a ex-colega conta que Paula teria feito sessões de quimioterapia por conta de um problema ligado ao lúpus, doença crônica que impossibilita o sistema imunológico de combater vírus e bactérias. “Ela usava um lenço na cabeça para trabalhar, mas eu ouvi de pessoas que frequentavam a casa dela que ela nunca perdeu um fio de cabelo”, afirma. “Mas não sei se isso é um exagero das pessoas ou se ela usava a doença para chamar a atenção”, disse a ex-colega.

Suspeitas

De acordo com a família da brasileira, Paula foi atacada por três skinheads e, devido aos ferimentos, teria perdido os dois bebês. Segundo Paulo Oliveira, pai da advogada, a filha nunca apresentou problemas psicológicos.

A polícia suíça ainda não encontrou nenhuma evidência que corrobore a versão da brasileira. Após vários interrogatórios e buscas no local onde teria ocorrido o ataque, a tese de automutilação ganha cada vez mais força. A polícia não achou vestígios da agressão nem testemunhas.

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