A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pediu demissão nesta terça-feira (13/5) em uma carta destinada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com a assessoria de imprensa do governador Sérgio Cabral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria pedido e recebido a permissão para convidar para o cargo o secretário do Rio de Janeiro, Carlos Minc.
O presidente do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), Bazileu Margarido, e o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e secretário-executivo do ministério, João Paulo Capobianco, também se demitiram. A informação é da Agência Brasil.
O motivo do pedido de demissão de Marina Silva ainda não foi revelado, mas ele aconteceu depois de uma série de episódios em que a ministra entrou em atrito com outros membros do governo ou viu as teses que defende sendo questionadas.
Choques
Na semana passada, o Programa da Amazônia Sustentável (PAS) foi criticado por ambientalistas por, de acordo com eles, não trazer novidades importantes em relação à defesa da floresta amazônica e dar mais espaço a obras do que à preservação. A coordenação do programa foi entregue ao ministro dos Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger.
Recentemente, Marina da Silva se envolveu também em uma polêmica pública com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que defendera a expansão do plantio de cana em áreas degradadas da Amazônia.
Em 2006, a área da ministra já havia sido alvo de críticas pela suposta lentidão do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) na concessão de licenças ambientais para obras de infra-estrutura.
Na época, ela disse considerar “errada” a idéia de tornar o Ibama mais flexível para facilitar o desenvolvimento econômico.
Repercussão
Marina Silva sempre teve grande prestígio no exterior, mais até do que no governo a que servia ou no Brasil. Na opinião do professor da London School of Economics (LSE), Anthony Hall, a saída de Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente afeta a imagem que o mundo tem do Brasil no que diz respeito às questões ambientais.
“Eu acho que sua saída vai ser interpretada como um enfraquecimento da preocupação do governo com o meio ambiente e com a conservação da floresta”, afirmou Hall em entrevista à BBC Brasil
“Não sei se é verdade, mas será visto assim”, afirmou Hall, especialista em desenvolvimento sustentável e pesquisador de questões ligadas à floresta amazônica há mais de 20 anos.
Considerada no exterior um símbolo da luta pela conservação da floresta amazônica, a ministra foi citada pelo jornal britânico The Guardian em uma lista das “50 pessoas que podem ajudar a salvar o planeta”.
Revista Consultor Jurídico