Governo procura novo local para Maníaco da Cruz, após decisão do TJ

O governo está à procura de um novo endereço para Dhionatan Celestrino, de 19 anos, o Maníaco da Cruz. Na última semana, o TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) manteve a decisão da Justiça de Ponta Porã, que determinou a interdição e internação compulsória em hospital psiquiátrico.

Desta forma, ele deverá deixar a Unei (Unidade Educacional de Internação) Mitaí, em Ponta Porã, onde está desde outubro de 2008. Superintendente da Assistência Socioeducativa, Hilton Vilassanti, afirma que a decisão judicial proíbe que o jovem permaneça na Unei.

“Ele não pode ficar mais, não é o local apropriado. Estamos procurando outro local”, afirma. De acordo com Vilassanti, o novo destino de Dionathan será definido nesta semana.

Depois de ser apreendido aos 16 anos por mortes em série, sempre deixando os corpos das vítimas em formato de cruz, o maníaco voltou a ser notícia em 2011, quando encerrou os três anos de internação, punição máxima prevista pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

A Defensoria Pública tentou habeas corpus no TJ/MS, que negou o pedido no mês passado. Conforme a decisão, ele não permanece internado em razão da medida socioeducativa, mas, agora, por determinação decorrente da interdição.

Para a justiça de Ponta Porã, mesmo que os laudos não comprovem categoricamente a condição de insano, servem para demonstrar que Dionathan não tem condições de voltar ao convívio social.

Nesta segunda-feira, o defensor público Henoch Cabrita de Santana entrou com pedido de habeas corpus no STJ (Superior Tribunal de Justiça). “Pedi que os ministros determinassem a internação dele em hospital psiquiátrico”, afirma.

Bom menino – Na Unei, o adolescente que chocou Mato Grosso do Sul, teve um comportamento exemplar. Com um quarto só para ele, o maníaco permanece isolado e passa os dias lendo a Bíblia, revistas e livros.

Ao contrário das imagens que ganharam o noticiário, ele já não tem mais os cabelos longos. O jovem recebe visita de familiares e já foi informado de que deixará a Unei. Diante da notícia, não demonstrou qualquer reação.

Mortes – O primeiro a morrer foi o pedreiro Catalino Gardena, que era alcoólatra. O crime foi em 2 de julho de 2008. A segunda vítima foi a frentista homossexual Letícia Neves de Oliveira, encontrada morta em um túmulo de cemitério, no dia 24 de agosto.

A terceira e última vítima foi Gleice Kelly da Silva, de 13 anos, encontrada morta seminua em uma obra, no dia 3 de outubro. Dionathan foi apreendido no dia 9 de outubro, seis dias após o último assassinato, em casa.

No quarto dele havia pôster do Maníaco do Parque e de um diabo. Para cometer os crimes ele utilizava luvas cirúrgicas. O maníaco estrangulava as vítimas e terminava de matá-las com faca, arma com a qual ele escreveu INRI (Jesus Nazareno Rei dos Judeus) no peito do primeiro alvo.

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