Mais de cem pessoas já foram ouvidas pela Polícia Federal na Operação Tormenta, que investiga uma quadrilha acusada de fraudar concursos públicos em todo o país e também a segunda etapa do Exame de Ordem, aplicado pela OAB.
Do total de ouvidos, 80 já foram indiciados. O inquérito ainda não foi concluído e outras 100 pessoas devem ser ouvidas nos próximos 40 dias. Entre os já indiciados, há acusados de integrar a quadrilha e beneficiados pelo esquema. As informações são da OAB nacional e da Polícia Federal.
Quando a operação foi deflagrada, a PF expediu 34 mandados de busca e apreensão, sendo 21 na Grande São Paulo, um no Rio de Janeiro, três na região de Campinas (SP) e nove na Baixada Santista.
Foram expedidos, ainda, 12 mandados de prisão temporária: seis foram soltos após o fim da prisão temporária e outros seis tiveram a prisão preventiva de 30 dias decretada e continuam presos.
As investigações começaram depois que a PF recebeu informações sobre a suspeita de fraude em concursos realizados em 2009. A partir disso, descobriu que a quadrilha atuava em todo o país, com o acesso aos cadernos de questões, antes da data de aplicação das provas.
Além do concurso da PF, o grupo teve acesso privilegiado às provas do Exame de Ordem, que acabou cancelado em março deste ano, e do concurso da Receita Federal para auditor fiscal, realizado em 1994.
O grupo atuava organizadamente. Primeiro: aliciava pessoas que tinham acesso ao caderno de questões, para conhecimento antecipado das provas. Segundo: no dia das provas a quadrilha fazia o repasse de respostas por ponto eletrônico. Terceiro: eventualmente era indicada uma terceira pessoa mais preparada para fazer o concurso no lugar do candidato-cliente.
As investigações começaram quando uma pessoa que foi vítima de tentativa de aliciamento não concordou em ser partícipe do crime e informou a PF.