O procurador-geral nacional do Irã, Gholam-Hossein Mohseni-Ejei, declarou nesta segunda-feira (27-9) que a iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani será morta por enforcamento. Segundo reportagem da Agência Brasil, a sentença anterior, de morte por apedrejamento, foi suspensa, pois cabe apenas nos casos exclusivos de traição.
Mohseni-Ejei afirmou que, para a Procuradoria-Geral Nacional, Sakineh, mãe de dois filhos, é culpada pela morte do marido, pois foi a primeira pessoa a avisar sobre o assassinato. No entanto, o procurador-geral não mencionou o crime de adultério. Autoridades afirmam que Sakineh manteve relações sexuais com dois homens depois que ficou viúva, o que é proibido no Irã. Ela nega as acusações.
A entrevista de Ejei foi publicada nos sites das agências Tabnek e Mehr, em inglês. A imprensa estatal iraniana não se pronunciou.
Comoção
A Justiça do Irã acusa a mulher de participar da morte do marido e de manter relações sexuais com dois homens. A condenação à morte por apedrejamento provocou reações e críticas no mundo inteiro, gerando campanhas de líderes e de organizações não governamentais contra a sentença. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a oferecer o Brasil como destino para ela. No entanto, a oferta foi rejeitada pelo governo iraniano.
Em 29 de agosto, o Escritório dos Direitos Humanos do Poder Judiciário iraniano informou que a sentença de morte de Sakineh estava encerrada, mas ainda havia uma ação pendente no Departamento de Direitos Humanos. No último dia 8, as autoridades iranianas anunciaram a suspensão por tempo indeterminado do cumprimento da sentença de Sakineh.