Jovens organizam manifestação em frente ao Estádio Nacional Mané Garrincha

Com a adesão de pelo menos seis movimentos, o próximo protesto organizado por jovens de Brasília, marcado para este domingo (30/6), mudará de endereço. Em lugar do Congresso Nacional, os manifestantes marcharão em direção ao Estádio Nacional Mané Garrincha, onde pretendem ficar até o início da noite deste domingo.

Os manifestantes se concentrarão na Rodoviária do Plano Piloto a partir das 14h. A previsão é que subam o Eixo Monumental, uma das principais avenidas da capital federal, até o estacionamento do estádio. Haverá mobilizações semelhantes em cerca de 30 cidades em todo o país, aproveitando a final da Copa das Confederações.

As pautas de reivindicações foram discutidas em assembleia na tarde desse sábado (29/6). Ao todo, cerca de 200 pessoas participaram da reunião, ao lado da Biblioteca Nacional de Brasília. Um contingente de cerca de 30 policiais acompanha a assembleia, mas a reunião segue pacífica, sem incidentes.

Os manifestantes dividiram as discussões em cinco eixos: direitos humanos, justiça e criminalização; mídia e comunicação; participação popular e reforma política; transformações estruturais e serviços públicos; e gastos com a Copa do Mundo. As pautas definidas em cada grupo foram reunidas em uma grande plenária para serem consolidadas no início da noite.

Um dos organizadores da Marcha do Vinagre, o estudante Jonatas Leroy, 19 anos, disse que o horário da marcha foi antecipado para evitar atos de vandalismo. “Em Brasília, os baderneiros têm agido depois que escurece. Por isso, decidimos mudar o horário para que não haja incidentes”, declarou. Ele ressaltou que os arruaceiros não estão vinculados ao protesto e representam uma minoria.

Membro do Comitê Popular da Copa, movimento que critica os gastos públicos nas copas das Confederações e do Mundo, o consultor Thiago Ávila, 27 anos, diz que a repressão da polícia, que classifica de exagerada, estimula reações violentas. “Não compactuamos com a criminalidade, mas existe o vandalismo do Estado contra a população. Dá para entender o que faz uma pessoa perder a cabeça ao ser violentada não apenas pelos policiais, mas pelo Poder Público em todos os direitos básicos”, declara.

Ávila cita o protesto no jogo de abertura da Copa das Confederações. De acordo com ele, a polícia reagiu de forma desproporcional contra os manifestantes, que estavam sentados. Sobre a manifestação desse domingo, ele diz que o Comitê Popular da Copa tentou alugar um carro de som para orientar os manifestantes e coordenar o trajeto, no entanto, a Polícia Militar rejeitou o pedido.

Sobre a queda no número de manifestantes, Jonatas Leroy, da Marcha do Vinagre, disse que a passeata pretende reunir diversos movimentos sociais e de jovens para aumentar ou pelo menos impedir a diminuição do total de participantes. Na manifestação do dia 19 de junho, que terminou na depredação do Itamaraty e da Catedral de Brasília, 35 mil pessoas estiveram presentes. O protesto da última quarta-feira (26/6), também na Esplanada dos Ministérios, reuniu 5 mil participantes.

De acordo com Jonatas, além da Marcha do Vinagre e do Comitê Popular da Copa, outros movimentos participação do protesto, como Marcha contra a Corrupção, Dia do Basta e Marcha das Vadias, além de defensores dos direitos LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros). “Vários movimentos estão se unindo para formar uma massa e manter a participação popular”, ressalta.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.


Você está prestes a ser direcionado à página
Deseja realmente prosseguir?
Atendimento