A Justiça interroga nesta segunda-feira (11), em Campo Grande, testemunhas de acusação e defesa no processo contra o ex-médico e ex-deputado estadual Alberto Jorge Rondon no processo de lesão corporal grave contra cinco mulheres que foram submetidas a cirurgias plásticas e o denunciaram pelo resultado dos procedimentos.
Em maio deste ano, Rondon foi condenado a pena de 42 anos em regime fechado e nove meses de prisão em regime semiaberto por lesão corporal contra 14 mulheres, também por conta de cirurgias e o resultado destes procedimentos, que, segundo acusação, deixaram deformidade permanente no corpo das pacientes.
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Vítimas do ex-médico em MS ainda convivem com sequelas das cirurgiasEx-médico é condenado a 42 anos de prisão por erros em cirurgias em MSA audiência está prevista para as 14h32 (horário de MS), na 3ª Vara Criminal de Campo Grande. O advogado Honório Suguita, que representa Rondon, disse ao G1 que o réu não estará presente na audiência, já que está em prisão domiciliar desde outubro de 2010 depois que a defesa alegou que ele precisa de alimentação diferenciada por causa da diabetes. O ex-médico mora em Bonito, a 249 quilômetros de Campo Grande.
Segundo informações processuais, 16 pessoas foram inicialmente listadas para depoimento, entre testemunhas de acusação e defesa.
O caso
No dia 9 de maio, Rondon foi condenado por conta das lesões provocadas nas mulheres. Em dez, das 14 pacientes, houve deformidade permanente. Na denúncia, consta que Rondon trabalhava, a partir de 1999, sem habilitação de especialista em cirurgia plástica.
A partir de 2000, começaram a surgir as denúncias contra Alberto Rondon. As pacientes, a maioria
submetida a plástica nos seios, denunciaram que os procedimentos deixaram cicatrizes. Segundo o processo, instaurado em 2003, restaram “quelóides enormes e marcas horríveis e que, mesmo após a cirurgia reparadora por uma junta médica, estes problemas estéticos ainda persistem”.
O advogado René Siufi, que defende Rondon nos processos, diz que irá recorrer da sentença dada em maio, contestando o método utilizado para quantificar as penas.