Liberdade conquistada – Acusados de extorquir padre Lancelotti são absolvidos

Denunciados pelo Ministério Público de São Paulo por tentativa de extorsão e formação de quadrilha, o ex-interno da Fundação Casa (ex Febem), Anderson Batista, sua mulher, Conceição Eletério, e os irmãos Evandro e Everson Guimarães foram absolvidos nesta segunda-feira (9/6) pela Justiça paulista. A informação é do portal G1. Cabe recurso.

A denúncia foi feita depois que o padre Júlio Lancelotti, pertencente à Pastoral do Menor em São Paulo, disse que era ameaçado pelo grupo. Ele afirmou que, caso não desse dinheiro ao grupo, seria feita uma falsa denúncia de pedofilia.

Ao depor na Polícia, Anderson Batista negou o crime e disse que mantinha relações sexuais com o religioso, que ainda lhe dava dinheiro espontaneamente. O advogado de Batista, Nelson Bernardo da Costa, afirmou que o religioso havia dado mais de R$ 600 mil a seu cliente. De acordo com o advogado, três dos acusados, que estão detidos no Centro de Detenção Provisória (CDP) do Belém, poderão ser libertados ainda nesta segunda-feira.

O advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, que defende o padre Júlio Lancelotti, da Pastoral da Criança, enviou nota ao site Consultor Jurídico no começo da noite desta segunda-feira (9/6), a respeito da absolvição dos quatro acusados de tentativa de extorsão contra o religioso.

Na nota, Greenhalgh se manifesta surpreso com a decisão da Justiça paulista e diz esperar que o Ministério Público recorra da decisão. De acordo com o advogado, o inquérito policial concluiu que houve a tentativa de extorsão. O representante do religioso destacou que a decisão sobre o recurso compete apenas ao MP, uma vez que o papel dele é o de assistência de acusação.

Veja a nota

Fomos surpreendidos pela decisão do Juízo Criminal de Primeira Instância – 31ª Vara Criminal, que absolveu os quatro acusados de extorsão contra o padre Júlio Lancelotti.

Aguardamos que o Ministério Público, titular da ação penal e responsável pela acusação, recorra da decisão ao Tribunal de Justiça, uma vez que nossa atuação no caso, como advogados do padre, é de assistência da acusação.

Confiamos que a decisão será reformada pelo Tribunal de Justiça, já que o inquérito policial que investigou o caso concluiu que os acusados praticaram extorsão contra Júlio Lancelotti. E o Ministério Público de São Paulo também considerou que o padre Júlio foi vitima de uma quadrilha e, após as provas produzidas no decorrer do processo judicial, pediu a condenação dos acusados por extorsão e formação de quadrilha.

Mais do que isso, os acusados tiveram a prisão preventiva decretada no curso das investigações e viram negados todos os pedidos de liberdade feitos ao Poder Judiciário.

No momento, nossa preocupação é com a segurança de Júlio Lancelotti, tendo em vista que os acusados, presos até hoje, por força da sentença serão colocados em liberdade.

Luiz Eduardo Greenhalgh

Revista Consultor Jurídico

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