Criada em 1999, no primeiro ano da gestão de Olívio Dutra (PT) no Estado, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) tem uma marca inquietante: a pasta teve 13 secretários nos últimos dez anos. Apenas na administração de Olívio o titular – Claúdio Langone (PT) – permaneceu até o final do governo.
De lá para cá, a alternância é tanta que supera a média de um gestor por ano, o que pode denotar falta de prioridade ao setor por parte dos governantes e partidos que compõem as administrações.
Na gestão de Germano Rigotto (PMDB, 2003-2006), a Sema ficou com o PSDB até março de 2006. O primeiro titular foi José Alberto Wenzel, que deixou a pasta em 2004 para concorrer – com sucesso – a prefeito de Santa Cruz do Sul. Foi substituído pelo deputado estadual Adilson Troca (PSDB), que permaneceu apenas sete meses no cargo.
Ainda com os tucanos, na partilha de espaços entre as siglas de sustentação a Rigotto, a pasta foi assumida por Mauro Sparta, que a deixou pouco mais de um ano depois para se candidatar a deputado estadual. Na reforma do secretariado – em função de muitos integrantes do primeiro escalão deixarem o governo para concorrer -, a Sema passou para o PMDB, que indicou Cláudio Dilda, então presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).
Tendo governado o Estado entre 2007 e 2010, Yeda Crusius (PSDB) foi a campeã nas trocas desta secretaria. Foram quatro titulares e dois interinos no período.
Amiga pessoal de Yeda, a doutora em Botânica Vera Callegaro não suportou mais do que cinco meses no cargo. Considerada preservacionista demais por investidores da área da silvicultura, alegou motivo de saúde para o desembarque, depois de uma crise em torno do zoneamento ambiental desgastá-la.
Foi substituída pelo tucano José Breda e, depois, pelo procurador de Justiça Carlos Otaviano Brenner de Moraes, que trocou a pasta em outubro do ano seguinte pelo Gabinete da Transparência.
O secretário-adjunto, Francisco Simões Pires, desempenhou a função interinamente até a chegada do deputado estadual Berfran Rosado (PPS), que teve a nomeação criticada por ambientalistas. O motivo foi o recebimento de mais de R$ 38 mil em doações de empresas de celulose na campanha de 2006. Berfran deixou o cargo em maio de 2010, para concorrer a vice-governador na chapa de Yeda, sendo substituído pelo colega de partido Giancarlo Tusi Pinto.
Com a eleição de Tarso Genro em 2010, o PCdoB assumiu a pasta em janeiro do ano seguinte, com Jussara Cony. A comunista desincompatibilizou-se do cargo em abril de 2012 para concorrer a vereadora da Capital e foi substituída pelo adjunto da pasta, Hélio Corbellini (PCdoB), que retomou a função de adjunto em abril deste ano, quando o também comunista Carlos Fernando Niedersberg – que era presidente da Fepam – assumiu o cargo.