Máfia dos fiscais – Advogado e ambulantes são denunciados em São Paulo

por Claudio Julio Tognolli

O advogado Leandro Giannasi Severino Ferreira, outras cinco pessoas e sete vendedores ambulantes foram denunciados pelo Ministério Público paulista, nesta terça-feira (22/7), na nova modalidade da máfia dos fiscais. As investigações foram feitas pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado. A denúncia é assinada pelo promotor José Reinaldo Guimarães Carneiro.

De acordo com a denúncia, fiscais e assessores da Subprefeitura da Móoca foram flagrados exigindo dinheiro de vendedores ambulantes e carrinhos de lanche que não têm licença da Prefeitura.

Além do advogado, foram denunciados os fiscais Edson Alves Mosquera, considerado o líder do grupo, Ronaldo Correa da Silva e Nilson Alves de Abreu, os camelôs Ademir Batista, Juvemar Pinto dos Santos, Maria Ivanilde Lima da Silva, Manoel Severino Bezerra de Melo, Hugo de Santana Andrade, João Jorge Cunha e Liziomar Rodrigues de Souza, Georges Marcelo Eivazian, assessor lotado na Subprefeitura da Mooca, e o irmão dele, Felipe Eivazian, chefe da fiscalização daquela subprefeitura.

Segundo o MP, os acusados “agiam em conjunto, com unidade de propósitos, todos voltados para um fim comum, associaram-se em quadrilha para o fim de cometer seguidos crimes de concussão em face de vendedores ambulantes com atuação na região sob administração da referida subprefeitura, valendo-se de cargos e funções públicas ocupados estrategicamente por alguns dos denunciados”.

De acordo com as investigações, acusados exigiam “vantagens econômicas indevidas, fazendo-o como forma de coagir os vendedores ambulantes ao recolhimento semanal de quantias em dinheiro, sob pena de retaliação em seus comércios, contando, para tanto, com divisão hierarquizada de tarefas no âmbito da quadrilha”.

As investigações mostraram que o grupo conseguiu arrecadar, em 15 meses de atuação, R$ 15,9 milhões com a coleta semanal de propina dos ambulantes. No Largo da Concórdia, a quadrilha cobrava semanalmente R$ 1 mil de cada um dos 500 vendedores do local, segundo o MP. No Brás, o grupo arrecadava entre R$ 10 e R$ 20 por semana de cada um dos mais de 7 mil vendedores ambulantes da área, conforme a denúncia.

Os 13 denunciados tiveram prisão preventiva decreta pela Justiça. Do total, 11 estão presos.

Revista Consultor Jurídico

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