por Celso Bejarano Jr.
Três especialistas psiquiátricos indicados pelo TJ-MS (Tribunal de Justiça de MS) produziram dois laudos e, nos dois, sustentaram que o procurador de Justiça afastado Carlos Alberto Zeolla, 44, que confessou matar o sobrinho no início deste mês em Campo Grande, precisa ficar internado em um hospital devido aos “distúrbios alucinatórios” que o atormentam. A informação é da assessoria de imprensa da corte estadual.
Zeolla, segundo o exame, apresenta um “quadro de dependência agravado por ideação suicida [complicação dos transtornos psiquiátricos, conforme a linguagem médica]”.
Ele ficou preso por 15 dias numa das celas do Garras (Grupo Armado de Repressão e Resgate a Assaltos e Sequestros), saiu de lá por quebrar uma janela de vidro e tentar agarrar a arma de um policial para se matá-lo, segundo versão dos advogados que o defendem. O delegado do Garras nega a tentativa de desarmar o policial.
O TJ-MS o mandou para o hospital e exigiu a perícia médica. Agora, o laudo será avaliado pela corte, que vai definir se Zeolla fica internado ou retorna para a prisão.
Os peritos médicos, cujos nomes não foram revelados pelo tribunal escreveram no laudo que o procurador afastado já fazia tratamentos psiquiátricos e que agora seu quadro clínico apresenta “alteração de pensamento”, e “impulsos não controlados adequadamente”.
O assassinato
Zeolla matou o sobrinho Cláudio Zeolla, 24, com um tiro na nuca na manhã do dia 3 de março, na rua Bahia, uma das mais agitadas de campo-grandense.
O crime ocorreu por volta das 8h30 da manhã e foi assistido por ao menos uma dezena de pessoas. O procurador fugiu do local, jogou a arma num córrego e retornou para a casa. Depois, já preso, confessou o crime.
Ele disse ter se enfurecido ao saber que o rapaz havia agredido o avô, Américo Zeolla, de 86 anos, pai do procurador.
Essa versão é sustentada até agora apenas pelo acusado. Américo ainda não prestou depoimento.