MS: Procurador afastado preso por matar sobrinho teria tentado suicídio no alojamento do Garras

por Celso Bejarano Jr., e Chico Júnior

O procurador de Justiça Carlos Alberto Zeolla, 44, afastado após confessar 15 dias atrás que matou a tiro o sobrinho, tentou se matar na noite de terça-feira informou seu defensor, o advogado Ricardo Trad.

Ele foi transferido para um hospital que cuida de doentes psiquiátricos no início da noite desta quarta-feira por determinação judicial.

Zeolla disse ter matado Cláudio Zeolla, 24, porque o sobrinho teria agredido o avô de 86 anos de idade, que é pai do procurador.

Essa versão é defendida até agora apenas pelo procurador. O pai dele, Américo Zeolla, ainda não prestou depoimento.

Algemado

Ricardo Trad informou ao Midiamax que por volta das 23 horas de ontem, o procurador tentou agarrar o revólver de um policial plantonista da delegacia do Garras (Grupo Especializado de Repressão a Roubos e Sequestros), mas não conseguiu.

Depois disso, Zeolla teria socado a janela do cômodo onde cumpria a prisão e tentado cortar o pulso com cacos de vidros, mas foi contido de novo.

Depois disso, os policiais do Garras – disse o advogado – algemaram e ataram os pés do procurador. Uma médica que cuida de Zeolla há nove anos foi acionada, segundo o advogado, que disse também ter ido à delegacia por volta da meia-noite.

Ricardo Trad já havia solicitado por duas vezes a transferência do assassino confesso. O defensor pedia a prisão domiciliar ou o tratamento médico, mas o TJ (Tribunal de Justiça) havia negado o recurso.

Nesta quarta-feira, contudo, após narrada as tentativas de suicídio, a corte concordou com a idéia. Antes, o Ministério Público também havia aceitado a proposta do advogado.

O advogado disse ainda que o procurador, antes da participação no crime, já tinha tentado se matar. Em entrevista anterior, Trad protestou contra o comando do Ministério Público que, segundo ele, já deveria ter aposentado o procurador devido ao seu estado de saúde. Zeolla agia na área criminal.

O chefe do Ministério Público, Miguel Vieira, não quis comentar a declaração do defensor.

Ricardo Trad sustentou também que no hospital, Zeolla será submetido a exames por três peritos que devem atestar se o procurador sofre ou não de perturbações psiquiátricas.

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