O delegado Ricardo Saadi assumiu o comando das investigações da Operação Satiagraha, da Polícia Federal. Ele substitui o delegado Protógenes Queiroz. A operação foi deflagrada no dia 8 de julho, quando foram cumpridos mandados de busca e apreensão e prisão temporária do banqueiro Daniel Dantas, do investidor Naji Nahas e do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.
Segundo a Agência Brasil , Saadi estava chefiando a Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros da Polícia Federal em São Paulo. O delegado já está trabalhando na montagem de uma nova equipe de trabalho para conduzir o restante das investigações.
De acordo com informação da própria Polícia Federal, Protógenes Queiroz foi afastado das investigações para fazer curso obrigatório para progressão de carreira. O motivo da saída do delegado criou uma situação embaraçosa para a PF, que acabou divulgando trechos do encontro em que foi decidida a saída do delegado.
Protógenes afirmou que a gravação da reunião divulgada pela Polícia Federal não refletia o contexto do encontro. Ao deixar as investigações, o delegado teria dito, ainda, que sofria interferências externas, o que teria prejudicado seu trabalho.
O ex-titular da Operação Satiagraha disse ainda que a própria PF estaria filtrando as informações para confundir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cobrou explicações publicamente sobre a retirada do delegado do caso. Além de Protógenes Queiroz, foram afastados os delegados Karina Murakami Souza e Carlos Eduardo Pelegrini, que atuavam no caso.
O último ato de Protógenes Queiroz à frente das investigações foi o indiciamento, na última sexta-feira (18/7), de Daniel Dantas e outros nove diretores do Banco Oportunitty por fraude financeira e formação de quadrilha.
Histórico
A Operação Satiagraha deteve o banqueiro Daniel Dantas, o investidor Naji Nahas, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e mais 14 pessoas suspeitas. A maioria deles foi solta graças a Habeas Corpus concedidos pelo presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, que entendeu não haver embasamento da Justiça Federal para determinar as prisões preventivas.
O prende-e-solta ganhou as páginas da imprensa que, quase unanimemente, desconsiderou os argumentos do Supremo e condenou as solturas. No Judiciário paulista, o Ministério Público Federal de São Paulo, através do procurador Rodrigo de Grandis, e o titular da 6ª Vara Criminal Federal paulista, Fausto de Sanctis, que atuam no caso, não se conformaram com a concessão de HCs pelo presidente do STF e reagiram com críticas a Gilmar Mendes.
Por sua vez, o presidente do Supremo rebateu com críticas aos métodos da PF na apuração dos fatos e os argumentos dos colegas paulistas.
Revista Consultor Jurídico