“Esse episódio mostra o equívoco que é exigir do Exército que exerça o papel de polícia em grandes cidades, como o caso do Rio de Janeiro, para o combate à criminalidade urbana. O Exército não foi concebido para isso. Exércto não é polícia”. A declaração foi feita pelo presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro, Wadih Damous, ao se manifestar sobre a possibilidade de soldados, sargentos e um oficial do Exército terem “vendido” a traficantes do Morro da Mineira, no Rio, três jovens que haviam sido detidos no Morro da Providência, que possui facções criminosas rivais ao primeiro. Os corpos dos três jovens foram encontrados no Aterro Sanitário de Gramacho, em Caxias, na tarde desse domingo, enlameados e com marcas de tiros.
Para o presidente da OAB fluminense, como o Exército não tem vocação de polícia, acaba por se envolver em episódios que fazem parte das atribuições da polícia e por assumir um papel negativo no tocante à corrupção, assassinatos e sequestros. “Esperamos que esse episódio sirva de reflexão para as autoridades públicas brasileiras no sentido de concluírem que esse não é o papel do Exército”. Em nota, o Exército informou que o Comando Militar Leste determinou a instauração de um inquérito policial militar (IPM) para apurar o ocorrido. O delegado da 4ª DP, Ricardo Dominguez, vai pedir à Justiça a prisão temporária dos supostos envolvidos: sete soldados, três sargentos e um oficial do Exército.
Quanto às ações a serem tomadas pelo Exército, Wadih Damous afirmou que espera que o Exército apresente pronta e rápida explicação à sociedade sobre o suposto envolvimento de seus membros no episódio do sequestro e possível entrega desses rapazes a criminosos. “O Exército deve apresentar um inquério transparente
Fonte: www.oab.org.br