Para Lula, situação do Brasil é tranquila e confortável diante da crise econômica

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva considerou ontem (9) como confortável e tranquila a situação do Brasil diante da crise econômica mundial. Lula disse que os fundamentos da economia brasileira são saudáveis e que o país tem um grande mercado interno consumidor, obras em andamento, dívida interna pequena e investimentos futuros do pré-sal no horizonte. Ele participou no Rio das comemorações dos 30 anos do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), entidade criada por Herbert de Souza, o Betinho.

“Acho que no Brasil ainda vamos ter tranquilidade. Temos mais reservas que tínhamos em 2008, temos uma dívida pública pequena diante da dívida dos outros. Nós estamos mais tranquilos, temos um mercado interno poderoso, obras já anunciadas e contratadas. Temos o pré-sal, que são US$ 224 bilhões em investimentos. Tudo isso vai permitir que a gente consiga nos transformar, até 2016, na quinta economia do mundo. Acho que estamos em uma situação confortável.”

Lula disse ainda que a crise econômica mundial é mais de fundo político. “O que estamos vendo é que a crise começa a se transformar em uma crise mais política do que econômica. É muito mais de falta de decisão política do que de dinheiro”.

O ex-presidente também chamou à responsabilidade os países do G20, formado pelas maiores economias do mundo, a encontrarem uma solução para a crise. “O Brasil vai ter que brigar muito no G20, para ver se conseguem mudar as coisas. Eles não querem acabar com paraíso fiscal, não querem diminuir a alavancagem do sistema financeiro. E nós vamos brigar agora para ver se é possível construir uma moeda ou uma cesta de moedas, porque ninguém pode ficar por conta dos americanos fazerem os seus ajustes do jeito que eles querem, sem levar em conta o prejuízo que vão causar em outros países.”

Lula comentou ainda as investigações que estão ocorrendo em diversos ministérios e considerou que os órgãos de controle, como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria-Geral da União (CGU), estão agindo.

“Na medida em que se tem uma denúncia, se investiga. Na medida em que você tem dez acusados, oito culpados e dois inocentes, diga que tem dois inocentes e condene os oito culpados. Porque, muitas vezes, a devassa é feita antes de provar se as pessoas realmente cometeram todos os erros. Acho que o Tribunal de Contas [da União] age com seriedade, que a Controladoria-Geral da União age com seriedade. As pessoas têm que botar na cabeça, definitivamente, uma coisa: a única chance que você tem de não ser investigado, no Brasil e no mundo, é não cometer nenhum delito.”

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