A Polícia Federal prendeu na terça-feira (23/10) Luis Felippe Índio da Costa, pai do ex-presidente do Banco Cruzeiro do Sul, Luis Octavio Índio da Costa. Luis Felippe é ex-controlador do Banco Cruzeiro do Sul, instituição que teve liquidação extrajudicial decretada pelo Banco Central em setembro deste ano. Segundo a Polícia Federal, o mandado de prisão domiciliar contra o ex-controlador foi cumprido no Rio de Janeiro. O nome dele não foi divulgado pela Polícia Federal, mas a Justiça Federal confirmou a informação à Agência Brasil.
A prisão domiciliar contra o ex-controlador do banco foi decretada com base no Código de Processo Penal, que prevê a possibilidade quando o preso tem mais de 80 anos.
Também na terça-feira (23/10), no Rio de Janeiro, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão contra “altos administradores” do banco. Segundo a Justiça Federal paulista, tratam-se de Horácio Martinho Lima e de Maria Luisa Garcia de Mendonça. De acordo com a Polícia Federal em São Paulo, a Justiça não decretou a prisão desses administradores, mas fixou fianças como medida cautelar no valor de R$ 1 milhão e R$ 1,8 milhão de reais. Eles estão impedidos de viajarem ao exterior, de exercerem qualquer atividade no mercado financeiro ou disporem de bens próprios ou de terceiros.
Na segunda-feira (22/10), como parte da operação, a Polícia Federal prendeu o ex-presidente do Banco Cruzeiro do Sul, Luis Octavio Índio da Costa, em um condomínio em Cotia, na Grande São Paulo. Costa será indiciado por crimes contra o sistema financeiro e contra o mercado de capitais e lavagem de dinheiro.
De acordo com a Justiça Federal, as prisões foram decretadas pelo juiz Márcio Ferro Catapani, substituto da 2ª Vara Federal Criminal em São Paulo, como medida cautelar para garantir a ordem econômica. Em sua decisão, o juiz entendeu ser “concreto o risco de que os investigados ocultem, dissimulem e se desfaçam de seu patrimônio, que há de ser utilizado para ressarcir as vítimas e recompor o patrimônio da instituição financeira”.
O inquérito foi instaurado pela Polícia Federal em São Paulo em junho deste ano, após o recebimento de informações do Banco Central sobre supostas fraudes contábeis realizadas pelo Banco Cruzeiro do Sul. A PF investiga crimes contra o sistema financeiro, crimes contra o mercado de capitais e lavagem de dinheiro. “Ao longo da investigação, a Polícia Federal detectou indícios de outras condutas criminosas. A investigação aponta a possibilidade de fraude de mais de R$ 1,2 bilhão”, diz a PF, por meio de nota.
Caso sejam condenados, os envolvidos poderão responder a penas entre um e 12 anos de prisão, além de multa.